“Apropriação do Estado para interesses próprios”, diz Reale Jr. sobre ajuda da Abin a Flávio
O ex-ministro da Justiça Miguel Reale Júnior apontou uma série de infrações e possíveis crimes na produção de relatórios na Abin para auxiliar a defesa de Flávio Bolsonaro. "É desvio de finalidade e improbidade administrativa, em coautoria com o beneficiário, que é o senador. É uso da estrutura administrativa como se fosse um organismo privado", afirmou a O Antagonista...
O ex-ministro da Justiça Miguel Reale Júnior apontou uma série de infrações e possíveis crimes na produção de relatórios na Abin para auxiliar a defesa de Flávio Bolsonaro no caso da rachadinha.
“É desvio de finalidade e improbidade administrativa, em coautoria com o beneficiário, que é o senador. É uso da estrutura administrativa como se fosse um organismo privado”, afirmou a O Antagonista.
Questionado sobre a eventual participação de Jair Bolsonaro — o presidente é quem comanda a Abin e pode exonerar dirigentes da Receita, como recomendou um dos relatórios — Reale Jr. disse que “é preciso saber se o presidente estava ciente”.
“Porque é obstrução de Justiça, é um caso evidente. E o fato de sugerir demissões é evidentemente uma proposta de abuso de poder, o presidente demitir quem está investigando seu filho”, disse.
“Essa é a polícia secreta que mencionou na reunião do dia 22 de abril. Mostra que tinha ciência e que estava promovendo e patrocinando isso. É um crime de responsabilidade”, afirmou.
O ex-ministro ainda alertou para o risco de Alexandre Ramagem, o atual diretor da Abin, ser nomeado para a direção-geral da Polícia Federal, como cogita Bolsonaro.
“Se a Abin estava a serviço dele, mostra que o serviço que estava sendo prestado na Abin, quer que seja prestado pela PF. É uma consequência lógica. É realmente uma apropriação do Estado para interesses próprios.”
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