PCC cria programa de ocupação de imóveis populares para famílias de criminosos
Na Operação Fast Track, que desarticulou o núcleo jurídico do PCC, o Gaeco do MP de São Paulo também identificou uma célula da facção responsável por gerenciar imóveis populares invadidos pelos criminosos. A célula é, ironicamente, denominada 'Setor CDHU', repetindo a sigla da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo...
Na Operação Fast Track, que desarticulou o núcleo jurídico do PCC, o Gaeco do MP de São Paulo também identificou uma célula da facção responsável por gerenciar imóveis populares invadidos pelos criminosos.
A célula é, ironicamente, denominada ‘Setor CDHU’, repetindo a sigla da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo.
Segundo o MP, o PCC vem ocupando ilegalmente dezenas de imóveis vinculados à CDHU (verdadeira) e à Cohab (Companhia Metropolitana de Habitação de São Paulo), “distorcendo os programas de habitação popular do estado e do município”.
Os apartamentos invadidos pelo PCC são destinados exclusivamente a familiares de presos ou ex-presidiários que sejam filiados à organização criminosa. O ‘programa’ acaba estimulando novos recrutamentos e a manutenção do vínculo dos integrantes da facção.
“Sob um discurso falso de assistencialismo, o ‘Setor CDHU’ tem como propósito não assegurar o bem-estar de pessoas menos favorecidas, mas garantir a permanência da estrutura criminosa da base do PCC”, diz o MP.
A investigação descobriu que os criminosos responsáveis por gerenciar os apartamentos invadidos “atuavam ativamente na busca por novas unidades”.
“Identificado um apartamento vazio, este era imediatamente ocupado até que o PCC buscasse meios de associá-lo a um terceiro, que funcionaria como laranja. Síndicos de unidades do CDHU espalhadas por todo o Estado auxiliavam a organização criminosa na localização e na aquisição de imóveis.”
Em diálogos interceptados, foram captadas diretrizes específicas para impedir a ocupação de apartamentos por “famílias necessitadas”, especialmente com crianças. No diagnóstico da facção, “se família entrar com criança, não sai mais”. Por esse motivo, as investidas dos integrantes da célula deveriam ser sempre rápidas.
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