Marcelo critica Lula e Dilma por política de “conteúdo nacional” na Petrobras
Ao explicar a Sérgio Moro emails em que discute negócios de construção e afretamento de navios-sonda para o pré-sal, Marcelo Odebrecht expõe a ignorância de Lula e Dilma na defesa da fabricação desses equipamentos com 60% de conteúdo nacional.Ouça a gravação...
Ao explicar a Sérgio Moro emails em que discute negócios de construção e afretamento de navios-sonda para o pré-sal, Marcelo Odebrecht expõe a ignorância de Lula e Dilma na defesa da fabricação desses equipamentos com 60% de conteúdo nacional…
“Surgiu a ideia de se fazer uma licitação de 40 sondas. A Dilma ficou chateada quando descobriu que a Petrobras ia comprar todas no exterior, pois dizia que não tinha capacidade de produzir isso e pedia a nossa ajuda para mostrar isso a ela. No final, acabou tendo o compromisso. O governo aceitou deixar 12 sondas serem licitadas, com o compromisso de que as outas 28 seriam licitadas para construir no Brasil. Aí começa uma discussão interna. Para a Odebrecht Óleo e Gás era ruim fazer no Brasil. Essas sondas, quase todas as sondas do mundo, foram feitas na Coréia. Umas poucas em Cingapura. E o Brasil queria inventar de fazer essas sondas e com um conteúdo nacional absurdo. Era um briga que eu tinha. Para você ter ideia a sonda feita na Coréia, que construiu quase todas as sondas do mundo, tem 35% de conteúdo coreano. E o Brasil queria produzir com 60%. Coisa de maluco!”
Marcelo conta ainda da pressão política dos então governadores Jacques Wagner e Eduardo Campos para a construção de estaleiros em seus estados. Lula também pressionava. Até que surgiu a ideia da Sete Brasil, uma espécie de solução caseira para o imbróglio.
“Na verdade, qual era a ideia. Financiamento barato (dinheiro público), capital barato, para compensar o custo alto da fabricação. Daria uma tarifa de afretamento aceitável para a Petrobras. Mas eu nunca entendi. A conta não fecha.”
O caso mostra que o problema do PT não é só a corrupção, mas a incompetência. “Esse assunto da sondas eu discuti mais com a Dilma do que com o próprio Palocci.”
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