Jobim, conselheiro de Lula, ataca Moro e a Lava Jato
Às vésperas da divulgação das delações da Odebrecht, amontoam-se na imprensa as acusações a Sérgio Moro e à força-tarefa da Lava Jato.Hoje foi a vez de Nelson Jobim, sócio do BTG Pactual, conselheiro jurídico de Lula e advogado informal de empreiteiras enroladas no petrolão...
Às vésperas da divulgação das delações da Odebrecht, amontoam-se na imprensa as acusações a Sérgio Moro e à força-tarefa da Lava Jato.
Hoje foi a vez de Nelson Jobim, sócio do BTG Pactual, conselheiro jurídico de Lula e advogado informal de empreiteiras enroladas no petrolão.
Leiam o que ele disse ao Estadão:
Jobim: Há exageros. Inclusive nas prisões que são feitas em Curitiba (sede da operação sob responsabilidade do juiz federal Sérgio Moro), em que as coisas vão se prolongando e resultam em delações. Outro exemplo, condução coercitiva. Ela só é admissível quando alguém se nega a ir em uma audiência em que foi previamente intimado. Mas não se admite que alguém que não foi convocado para depor seja levado coercitivamente para depor.
Estadão: A do Lula foi arbitrária?
Jobim: Sim, não tenha dúvida. Isso é muito bom quando você está de acordo com o fim, mas quando o fim for outro… O dia muda de figura quando acontece contigo. O que nós temos de deixar claro é essa coisa da exposição dos acusados. Vão pegar um sujeito em um apartamento e aparece gente com metralhadora, helicóptero. Tudo isso faz parte daquilo que hoje nós chamaríamos de ação-espetáculo, ou seja, a espetacularização de todas as condutas. O Judiciário não é ambiente para você fazer biografia individual. Biografia se faz em política.
Estadão: O sr. acredita em “desmonte” da Lava Jato?
Jobim: Não, isso faz parte do discurso político. Evidente que quem está sendo perseguido vai querer fazer isso (desmontar), agora se afirmar que está acontecendo, é só discurso. Evidente que você tem de afastar a prática de violências de qualquer natureza. Nós não podemos pensar de que se algo foi malfeito, autoriza que seja mal feito também a forma de persegui-los.
Estadão: Por exemplo?
Jobim: A divulgação da gravação da presidente Dilma com Lula depois que havia encerrado o tempo de gravação, autorizado pelo próprio juiz que havia determinado a gravação. Você acha isso legítimo? Qual é a consequência disso? Esse episódio é seríssimo. Houve algum processo para verificar se houve algum abuso? Há um inquérito sobre isso? Que eu sabia, houve várias tentativas por parte dos interessados e que não aconteceu nada. Lembro bem que chegaram até a dizer: ‘Casos excepcionais requerem medidas excepcionais’.
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