Julgamento do ‘caso PowerPoint’ no CNMP teria sido um teatro para ajudar Lula?
Se o caso do PowerPoint já estava prescrito, por que os conselheiros do CNMP se deram ao trabalho de proferir seus votos contra Deltan Dellagnol ao longo do dia e depois, num ato sumário, encerrar o caso? Uma possível veio logo após o julgamento...
Se o caso do PowerPoint já estava prescrito, por que os conselheiros do CNMP se deram ao trabalho de proferir seus votos contra Deltan Dellagnol ao longo do dia e depois, num ato sumário, encerrar o caso?
Uma possível resposta veio logo após o julgamento, com a defesa de Lula avisando que vai levar ao Supremo as duras manifestações dos conselheiros contra o procurador da Lava Jato. Cristiano Zanin quer incluir as declarações num HC que pede a suspeição de Dallagnol e de seus colegas.
Os votos dos conselheiros também serão usados por Zanin no STJ, onde corre uma ação de Lula contra os procuradores por danos morais.
Vale registrar que o caso do PowerPoint foi adiado por 41 meses e estava prescrito desde setembro de 2017.
No julgamento de hoje, oito integrantes do CNMP disseram que havia indícios suficientes para abrir um processo disciplinar contra Dallagnol: Sandra Krieger, Fernanda Marinela, Otavio Rodrigues, Bandeira de Mello, Luciano Maia, Oswaldo D’Albuquerque, Rinaldo Lima (corregedor do CNMP, que presidiu a sessão) e Sebastião Caixeta.
Caixeta chegou a conduzir o voto vencedor contra o procurador por boa parte da tarde, mas depois mudou de ideia e passou a “reconhecer” a prescrição. “Há indícios de que procuradores extrapolaram objetivo da coletiva de imprensa, para entrar em juízos de valor desnecessários”, disse.
“A Lava Jato é maior que todos nós, mas não pode pretender ser maior que o MP. Não pode confundir-se como uma marca a exigir estratégia de marketing, e à interessada e permanente propaganda de seus integrantes”, emendou.
O relator, conselheiro Marcelo Weitzel, votou contra o pedido levado ao CNMP pela defesa de Lula. Não falou em prescrição, apenas disse que o pedido era totalmente improcedente. Mas não deixou de registrar que teria “um elenco de críticas a fazer” sobre a atuação dos procuradores.
O único que não pôde se manifestar de viva voz nesse palco foi o próprio Dallagnol.
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