Lava Jato denuncia mais três por corrupção em contratos da Petrobras
A Lava Jato em Curitiba denunciou três pessoas por suposta participação em esquema de corrupção em contratos celebrados pela Petrobras para afretamento de navios da dinamarquesa Maersk...
A Lava Jato em Curitiba denunciou três pessoas por suposta participação em esquema de corrupção em contratos celebrados pela Petrobras para afretamento de navios da dinamarquesa Maersk.
O esquema, segundo os investigadores, resultou em prejuízos na ordem de pelo menos US$ 31,7 milhões à estatal.
Foram denunciados Wanderley Saraiva Gandra e Viggo Andersen (corrupção ativa), respectivamente representante contratado e executivo da Maersk, além de Eduardo Autran (corrupção passiva e peculato), então subordinado ao ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa.
Os ilícitos teriam ocorrido entre 2006 e 2014 e resultado em propinas de mais de R$ 4 milhões.
Além das condenações, o MPF pediu, por exemplo, a reparação dos danos causados à Petrobras no valor mínimo de US$ 31.705.889,03 — correspondente aos valores pagos pela estatal pelo afretamento de navios da Maersk e que teriam sido desviados.
O MPF explicou o esquema:
“Conforme investigado a partir de fatos retratados na colaboração premiada de Paulo Roberto Costa, entre 2006 e 2014, Andersen, como representante da Maersk no Brasil, ajustou comissões com a Maersk internacional no valor de 2,50% do valor dos afretamentos pagos pela Petrobras, a fim de que metade desse valor fosse repassada para a empresa Gandra Brokerage, empresa de Wanderley Gandra criada para intermediar os contratos de afretamento para a Maersk. Gandra, então, repassou a título de propina a metade (0,75%) para Costa. Em contrapartida, Costa forneceu à Maersk informações privilegiadas sobre as demandas da Petrobras no afretamento de navios de grande porte, além de praticar outros atos de modo a favorecer a contratação da Maersk pela estatal. Esse arranjo resultou no efetivo pagamento de pelo menos R$ 4.039.265,12, da parte de Andersen e Gandra, para Costa.
Já Eduardo Autran, enquanto gerente-geral de Transportes Marítimos e gerente executivo de Logística da Petrobras, atuou para o recebimento da vantagem indevida para Costa, seu superior, por meio da execução de ordens ilegais e tomadas de decisões administrativas deliberadamente prejudiciais à Petrobras, como apontado pela estatal em apuração interna. Além disso, Autran também atuou para subtração de recursos da Petrobras, em proveito próprio ou em benefício da Maersk, valendo-se da facilidade proporcionada pela condição de funcionário. Por meio de atos onerosos à Petrobras no contexto de relações comerciais de afretamento entre a estatal e a empresa dinamarquesa, gerou prejuízo estimado em US$ 23.000.000,00.”
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