Crítica de Aras à Lava Jato é usada por Lula no Supremo
As recentes críticas de Augusto Aras à Lava Jato já fazem parte da defesa de Lula no Supremo. Hoje, na Segunda Turma, o advogado Cristiano Zanin citou o procurador-geral num recurso para obter todo o acordo de leniência da Odebrecht, em mais uma tentativa de melar o processo em que Lula é acusado de corrupção por receber imóvel de R$ 12 milhões da construtora...
As recentes críticas de Augusto Aras à Lava Jato já fazem parte da defesa de Lula no Supremo. Hoje, na Segunda Turma, o advogado Cristiano Zanin citou o procurador-geral num recurso para obter todo o acordo de leniência da Odebrecht, em mais uma tentativa de melar o processo em que Lula é acusado de corrupção por receber imóvel de R$ 12 milhões da construtora.
“Estamos discutindo, ao menos em parte, aquilo que recentemente o procurador-geral da República denominou de caixa de segredos existente em Curitiba, uma vez que estamos a falar de pelo menos 81 terabytes de documentos que são absolutamente desconhecidos, que dizem respeito à cadeia de custódia de provas que estão sendo utilizadas inclusive para acusar o reclamante, a destinação de R$ 3,8 bilhões que é objeto desse acordo, dentre outras coisas”, afirmou Cristiano Zanin na sessão de hoje da Segunda Turma.
Ele quer acesso a todos os anexos, depoimentos e análises técnicas da Polícia Federal sobre os sistemas da construtora usados para pagamento de propina. Zanin diz que a Obebrecht adulterou planilhas antes de entregá-las ao Ministério Público Federal. A PF já atestou a integridade dos arquivos que envolvem Lula.
No ano passado, Edson Fachin deu à defesa acesso a todos os documentos da leniência relativos a Lula. Zanin quer acesso total, porque quer saber o destino de R$ 3,8 bilhões que a Odebrecht se comprometeu a devolver — o objetivo é zerar as reparações devidas por Lula no processo do sítio de Atibaia, baseado na delação de executivos da empresa.
Coube à subprocuradora-geral da República Cláudia Sampaio Marques confrontar o pedido na Segunda Turma.
“São fatos que envolvem investigações que estão em curso, que envolvem outros réus, [documentos] sigilosos relativos a outros acusados. Não há como se admitir que ela tenha acesso à totalidade desses documentos”, afirmou.
Em março, Gabriela Hardt, da 13ª Vara, afirmou, em ofício ao STF que “é um equívoco cogitar que o MPF, PF, Odebrecht e mesmo esse juízo estariam ocultando provas e investigações no processo”.
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