CRUSOÉ: UMA NOVA ORDEM REINA EM BRASÍLIA
Reportagem de Sérgio Padellas na edição desta semana da Crusoé mostra que o sistema político brasileiro se aproveita dos apuros do governo de Jair Bolsonaro para se reacomodar...
Reportagem de Sérgio Padellas na edição desta semana da Crusoé mostra que o sistema político brasileiro se aproveita dos apuros do governo de Jair Bolsonaro para se reacomodar.
Mostramos quem são os construtores dessa “nova ordem” que reina em Brasília.
Leia um trecho:
“Hoje, Bolsonaro parece um pouco presidente – um avanço, mesmo que mínimo e ainda insuficiente para um país com as complexidades do Brasil. Movido ou não pelo instinto de sobrevivência, interpretando ou não um personagem, em que por trás dessa nova estampa subsistiria o verdadeiro mandatário, aquele que ergue cloroquina como hóstia consagrada, o fato é que Bolsonaro mudou de conduta. De pouco mais de um mês para cá, assumiu uma nova roupagem. Saiu de cena o presidente acostumado a lançar diatribes e bravatas dia sim, outro também, entrou no lugar um outro recatado, aparentemente ponderado e, ao que tudo indica, disposto a compor com outros setores do poder que, até então, se mostravam incomodados.
Não só Bolsonaro mudou sua maneira de ser. A mesma turma responsável pelo novo ‘physique du rôle’ do presidente também atuou para convencer setores do Legislativo e Judiciário que ninguém ali tinha a lucrar com o País em chamas, surpreendido a cada semana com operações da Polícia Federal, pedidos de impeachment e manifestações na porta do Legislativo e do STF, quando não em frente às residências dos próprios ministros da corte. O novo quadro produziu no sistema político brasileiro uma reconfortante sensação de ‘ganha, ganha’, em que todos atores que sempre se valeram do status quo para obter vantagens e amealhar mais e mais poder aproveitaram a oportunidade – e a debilidade do governo – para se acomodar.
Com a PGR domada, pronta para implodir a Lava Jato, o Supremo, na figura de seu presidente, Dias Toffoli, mais colaborativo, e com os profissionais da realpolitik no Congresso exercitando o que sabem fazer de melhor, qual seja, o nada franciscano ‘pois é dando que se recebe’, as forças de Brasília se ajustaram para o deleite de todos os envolvidos. Não que a espada ainda não esteja dependurada sobre a cabeça de Bolsonaro. Mas o terreno está mais aplainado, não só para aquele que está acomodado na cadeira presidencial, como para quem quer que a engrenagem do sistema volte a girar como sempre girou antes da Lava Jato.”
Leia aqui a reportagem completa.
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