Estados de Alcolumbre e Chico Rodrigues foram os mais beneficiados com verba da Covid, diz TCU
Roraima e Amapá foram os estados que proporcionalmente mais receberam dinheiro da União para combater a pandemia do novo coronavírus, segundo levantamento do TCU...
Roraima e Amapá foram os estados que proporcionalmente mais receberam dinheiro da União para combater a pandemia do novo coronavírus, segundo levantamento do TCU.
De acordo com o relatório da área técnica do tribunal, Roraima recebeu R$ 65,66 milhões do Ministério da Saúde, o que significa R$ 108,39 por habitante do estado.
Já o Amapá levou R$ 78,81 milhões do governo federal. Na distribuição por habitante do estado, deu R$ 93,19 para cada amapaense.
Veja o gráfico, elaborado pela Secretaria de Controle Externo do TCU:
São estados de gente importante. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM), é senador pelo Amapá e aliado de Jair Bolsonaro. Alcolumbre vem trabalhando para eleger seu irmão prefeito de Macapá.
Roraima é terra do senador Chico Rodrigues (DEM), que é tão amigo da família Bolsonaro a ponto de empregar em seu gabinete Leo Índio, primo dos filhos do presidente.
Roraima também é estado de Jhonatan de Jesus e Mecias de Jesus, filho e pai, e líderes do Republicanos, partido que se aproximou do Planalto por meio de Marcos Pereira, presidente nacional da legenda, nos últimos meses.
Segundo a análise da área técnica do TCU, a distribuição do dinheiro pelo Ministério da Saúde aos estados não parece ter seguido nenhum critério objetivo.
Roraima e Amapá foram os que receberam mais dinheiro na comparação per capita. Mas o repasse de verbas não acompanhou o número de leitos disponíveis por estado e nem por município, por exemplo. Também não acompanhou o número de mortes por Covid-19. Ou a distribuição de equipamentos de proteção aos profissionais da saúde das redes públicas locais.
O Rio de Janeiro e o Pará, por exemplo, são os estados que apresentam mais mortes por 100 mil habitantes no país. Mas são o antepenúltimo e último, respectivamente, no ranking de recebimento de dinheiro por habitante, segundo o levantamento da corte de contas.
Roraima recebeu destaque na análise dos técnicos do TCU:
“Os estados tiveram maior reforço no seu orçamento, seguidos pelos municípios que são capitais ou que possuem mais de 500 mil habitantes. Não obstante, existem municípios de menor porte que tiveram grandes incrementos de transferências; o exemplo mais latente se deu em Roraima, estado no qual os municípios do interior (não capitais com menos de 500 mil habitantes) receberam aproximadamente R$ 49 milhões de recursos via transferências fundo a fundo, e R$ 22,5 milhões eram destinados para o combate ao Covid-19 (45,88% do total)”
Os dados analisados pelos técnicos do TCU foram coletados em 28 de maio.
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