Quando éramos reis
No fim de 2003, ainda início do governo Lula, Marcelo Odebrecht já exibia a outros empresários e executivos sua influência sobre o então presidente...
No fim de 2003, ainda início do governo Lula, Marcelo Odebrecht já exibia a outros empresários e executivos sua influência sobre o então presidente.
Na época, Odebrecht estava contrariado com o avanço da Rio Polímeros, petroquímica que estava sendo construída no Rio de Janeiro. O projeto era liderado pela Suzano, concorrente da Braskem (recém-criada pela Odebrecht com a compra do controle da Copene).
A nova unidade petroquímica teria uma grande vantagem em relação às da Braskem: utilizaria gás natural, uma matéria-prima bem mais barata que a nafta, utilizada pelas unidades da Braskem.
Durante uma reunião do conselho de administração da Copene, Odebrecht virou para o então presidente da Suzano (que também tinha participação na Copene) e disse:
— “Você não vai construir a Rio Polímeros, porque eu não deixar”.
Em seguida, ligou para Lula pelo celular e colocou o telefone na função viva voz para Armando Guedes, então presidente da Suzano Petroquímica, escutasse:
— “Lula, é o Marcelo. Eu quero barrar a construção da Rio Polímeros. Você me apoia?”
— “Apoio”, respondeu o presidente.
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