Dinheiro da JBS para Paulinho era entregue em comitê de campanha, diz PF
A Polícia Federal afirmou que parte do dinheiro repassado pela JBS para as campanhas de Paulinho da Força foi entregue em espécie, num imóvel usado pelo deputado como comitê eleitoral, situado na Vila Mariana, em São Paulo...
A Polícia Federal afirmou que parte do dinheiro repassado pela JBS para as campanhas de Paulinho da Força foi entregue em espécie, num imóvel usado pelo deputado como comitê eleitoral, situado na Vila Mariana, em São Paulo.
“A equipe policial também logrou confirmar que local mencionado pelos delatores como àquele reservado para proceder às entregas ilícitas de valores, de fato, era utilizado por Paulinho da Força como comitê em campanhas eleitorais”, diz a decisão do juiz Marco Antonio Martin Vargas, obtida por O Antagonista, que autorizou a operação Dark Side, deflagrada hoje contra o deputado.
Do total de R$ 1,7 milhão doado pela empresa, R$ 1,45 milhão teria sido repassado em dinheiro vivo, conforme delataram Joesley Batista e Demilton Antônio de Castro, ex-executivo do grupo.
A parte restante, de R$ 250 mil, foi paga através do escritório de advocacia do genro de Paulinho, Cristiano Vilela.
Do total pago em espécie, R$ 200 mil foram repassados em 2010, R$ 1,05 milhão em 2012 e 200 mil em 2013. Ainda segundo a PF, José Gaspar Ferraz de Campos, tesoureiro do partido Solidariedade, atuou em conjunto com Paulinho para receber esses pagamentos.
Em sua delação, Demilton contou que as entregas em espécie eram executadas por doleiros, “contatados por meio de sistema de comunicação próprio, via VPN, e cuja remuneração era feita através de transferências bancárias no exterior em nome de empresas ‘offshore'”.
Nas planilhas internas de controle, os pagamentos em espécie eram identificados pelas expressões “remessa”, “saques”, “depósitos” ou pelo próprio nome dos políticos que eram beneficiados.
“As doações não contabilizadas teriam sido realizadas em atendimento às demandas dos candidatos beneficiados, tendo como objetivos evitar dificuldades/retaliações para as empresas do grupo, ou garantir a boa vontade do candidato depois de eleito, também para os pleitos do grupo empresarial”, diz outro trecho da decisão.
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