Inquérito do “fim do mundo” legitimado
O repórter Fabio Leite mostra que, mais uma vez, as circunstâncias se sobrepuseram à lógica, e a jurisprudência se rendeu à ocasião: graças à sanha dos radicais bolsonaristas, o STF chancelou o inquérito do "fim do mundo" -- o mesmo que censurou a Crusoé e O Antagonista no ano passado...
O repórter Fabio Leite mostra que, mais uma vez, as circunstâncias se sobrepuseram à lógica, e a jurisprudência se rendeu à ocasião: graças à sanha dos radicais bolsonaristas, o STF chancelou o inquérito do “fim do mundo” — o mesmo que censurou a Crusoé e O Antagonista no ano passado.
Leia um trecho:
“‘Podem espernear à vontade, criticar à vontade, quem interpreta o regimento do STF é o STF.’ Quando o ministro Alexandre de Moraes rebateu, no tom que lhe é peculiar, as críticas feitas ao “inquérito do fim do mundo”, em março de 2019, ele sabia que não falava em nome da corte. A investigação entregue ao seu comando pelo presidente Dias Toffoli, supostamente para apurar ameaças, ofensas e notícias falsas contra os magistrados, estava longe de ser um consenso no Supremo. Alguns pares, como Luiz Fux, manifestaram-se publicamente contra o polêmico procedimento naquele momento, seja pela forma – uma investigação aberta e conduzida por um juiz –, seja pelo objeto, considerado amplo e genérico.
Fosse há alguns meses, a interpretação suscitada por Alexandre sobre o artigo do regimento usado por Toffoli para embasar o inquérito atípico revelaria claras divergências entre os ministros. E o julgamento sobre a legalidade da investigação, provavelmente, teria outro rumo. Só que a sanha da militância bolsonarista contra a Suprema Corte, com direito a um ataque pirotécnico sobre a sede do tribunal em Brasília, no último sábado, 13, acabou legitimando o famigerado inquérito. E uniu os ministros, que vinham demonstrando uma nítida divisão nas votações mais importantes da Corte.”
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