Eduardo Bolsonaro gastou R$ 46 mil com consultor que acredita haver ‘um movimento para derrubar’ o pai
Em menos de um ano, o deputado federal Eduardo Bolsonaro gastou R$ 46 mil da cota parlamentar -- dinheiro público -- para pagar serviços de consultoria oferecidos pelo Instituto de Relações Internacionais e Defesa (Inforel). O início dos pagamentos para a empresa, em junho de 2019, coincidiu com os primeiros movimentos feitos pelo filho do presidente da República para tentar o cargo de embaixador do Brasil nos Estados Unidos...
Em menos de um ano, o deputado federal Eduardo Bolsonaro gastou R$ 46 mil da cota parlamentar — dinheiro público — para pagar serviços de consultoria oferecidos pelo Instituto de Relações Internacionais e Defesa (Inforel).
O início dos pagamentos para a empresa, em junho de 2019, coincidiu com os primeiros movimentos feitos pelo filho do presidente da República para tentar o cargo de embaixador do Brasil nos Estados Unidos. Naquela época, ele chegou a convocar coletiva para dizer, entre outras coisas, que havia feito intercâmbio e sabia fritar hambúrgueres.
No ano passado, os pagamentos — de R$ 5 mil mensais — pararam justamente em outubro, quando Eduardo anunciou que havia desistido de virar embaixador. Na verdade, ele não conseguiu o apoio que esperava no Senado, onde seria sabatinado após a confirmação da indicação de seu nome, e se viu obrigado a recuar. O filho ’03’, porém, continuou à frente da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara.
Em 2020, voltaram as despesas do cotão destinadas a essa consultoria. E com uma novidade: reajuste de 40%. Os pagamentos mensais do deputado saltaram para R$ 7 mil, sempre para a mesma empresa, entre janeiro e março, conforme informações que são públicas e estão no site da Câmara.
O Inforel é dirigido por um jornalista chamado Marcelo Rech. No mês passado, em um de seus textos que servem de base para a consultoria prestada ao filho do presidente da República, ele escreveu que “Jair Bolsonaro está convencido que há um movimento em curso para derrubá-lo. E não deixa de ter razão”.
O texto fala que “os oportunistas são muitos”, mas o consultor livra os militares desse contexto.
“No entanto, os militares, que já divergem e muito do presidente, não atuam sob a mesma lógica dos políticos. Na ética militar, insubordinação é um pecado tão grave quanto a corrupção. Acreditar que os militares se prestariam a qualquer coisa que, minimamente, pudesse ser vista como uma conspiração chega a ser estúpido. É mais fácil os militares se unirem para viabilizar o governo”, escreveu o consultor de Eduardo Bolsonaro no texto que está publicado no site do instituto.
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