No início de seu depoimento à Polícia Federal, Sergio Moro foi questionado sobre como define a interferência de Jair Bolsonaro sobre o órgão. Ele repetiu o que disse quando deixou o cargo:

“Entende que seja uma interferência sem uma causa apontada e portanto arbitrária”, registrou o documento que relata o interrogatório.

“O Declarante entendeu que havia desvio de finalidade na exoneração do Diretor MAURÍCIO VALEIXO, à qual se seguiria a provável nomeação do DPF ALEXANDRE RAMAGEM, pessoa próxima à família do presidente, e as substituições de superintendentes, tudo isso sem causa e o que viabilizaria ao Presidente da República interagir diretamente com esses nomeados para colher, como admitido pelo próprio Presidente, o que ele chamava de relatórios de inteligência, como também admitido pelo próprio Presidente; QUE reitera que prestou as declarações no seu pronunciamento público para esclarecer as circunstâncias de sua saída, para expor o desvio de finalidade já reconhecido pelo Supremo Tribunal Federal e com o objetivo de proteger a autonomia da Polícia Federal”, disse Moro.