Delegados da PF pedem a Bolsonaro ‘distanciamento republicano’ da instituição
Na carta aberta endereçada a Jair Bolsonaro, a Associação dos Delegados da Polícia Federal (ADPF) pede que o presidente mantenha um “distanciamento republicano” da instituição. “A partir da nomeação e posse, manda o interesse público que o...
Na carta aberta endereçada a Jair Bolsonaro, a Associação dos Delegados da Polícia Federal (ADPF) pede que o presidente mantenha um “distanciamento republicano” da instituição.
“A partir da nomeação e posse, manda o interesse público que o Presidente mantenha uma distância republicana, de modo a evitar que qualquer ato seu seja interpretado pela sociedade como tentativa de intervir politicamente nos trabalhos do órgão, que por sua natureza costuma realizar investigações que esbarram em detentores do mais alto poder político e econômico, e tem como corolário de suas atribuições constitucionais exercer uma parcela do controle dos atos da administração pública federal, incluindo os da própria Presidência da República”, afirma a entidade.
Os delegados dizem ainda que a crise com Sergio Moro poderia ter sido evitada:
“Provavelmente, se as premissas e esclarecimentos acima tivessem sido compreendidos e corrigidos os possíveis entraves de comunicação entre V.Exa e a Polícia Federal, os fatos que presenciamos nesta semana não teriam ocorrido e não estaríamos vivenciando as circunstâncias atuais.”
No texto, a entidade pede ainda que Bolsonaro encaminhe ao Congresso projetos que possam prever autonomia financeira para a PF.
“Atualmente, tramitam duas ações com o objetivo de resguardar a Polícia Federal, uma sobre autonomia administrativa, financeira e orçamentária da instituição (PEC 412/2009) e outra conferindo mandato ao Diretor-Geral (PEC 101/2015), que seria indicado pelo presidente, mas não poderia ser exonerado durante o período de permanência no cargo.”
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