O desembargador João Pedro Gebran Neto, relator da Lava Jato no TRF-4, disse a O Antagonista que “o Brasil perde muito com a saída de Sergio Moro, de modo interno e no âmbito internacional também”.

“O Sergio é um ícone no combate ao crime organizado, à corrupção, não só como magistrado, mas pela biografia dele, mas também pela atuação como ministro da Justiça. Temos, num espaço curto de tempo, muitas iniciativas, o pacote anticrime, a remoção de líderes de facções criminosas para presídios federais, o maior controle das fronteiras. A posição dele como ministro nesse curto espaço de tempo foi muito importante”, afirmou o magistrado.

Gebran Neto disse esperar que Moro seja substituído por alguém “que tenha a mesma envergadura moral, a mesma capacidade técnica e respeitabilidade, sem falar nessa tenacidade no combate a crimes qualificados como a corrupção, o crime organizado e a lavagem de dinheiro”.

Questionado sobre o que necessariamente se perderá com a saída de Moro, ele respondeu:

“Nós perdemos, no mínimo, uma linha de continuidade, porque toda transição envolve quebra na sequência de trabalho. Isso se perde. O ideal, se espera, é que no mínimo se mantenha a equipe e a linha que vinha sendo adotada pelo ministro.”