Por que a Covid-19 devasta o Norte da Itália e não o Sul? Teria o vírus ficado menos potente?
Há um mistério na Itália: por que a epidemia de Covid-19 devasta o Norte do país e não o Centro-Sul da Bota? Esperava-se, por exemplo, que as milhares de pessoas que saíram de Milão em direção ao Sul, principalmente, para fugir do confinamento, propagassem o coronavírus de tal maneira que a doença fizesse ainda mais vítimas na parte menos rica da península. Não foi o que ocorreu até o momento...
Há um mistério na Itália: por que a epidemia de Covid-19 devasta o Norte do país e não o Centro-Sul da Bota?
Esperava-se, por exemplo, que as milhares de pessoas que saíram de Milão em direção ao Sul, principalmente, para fugir do confinamento, propagassem o coronavírus de tal maneira que a doença fizesse ainda mais vítimas na parte menos rica da península. Não foi o que ocorreu até o momento. Enquanto a Lombardia, onde fica Milão, conta com 60,3 mil casos, o Lazio, onde fica Roma, tem 4,9 mil. A taxa de letalidade também é díspar. No Norte, supera os 14%; no Centro, é de 8,1%; no Sul, de 7,8%.
O jornal La Repubblica foi ouvir especialistas a respeito do tema. Eles ainda não têm uma resposta, apenas fazem conjecturas. A hipótese mais instigante é do epidemiologista Massimo Cicozzi, da Universidade de Roma:
“Pode ser, mas é somente uma hipótese, veja bem, que o vírus que circulava no Norte havia semanas (e foi transportado para o Sul) fosse já um pouco menos potente do que quando chegou à Lombardia. As suas mutações para adaptar-se ao homem podem tê-lo feito perder carga viral. Teoricamente isso é possível. O vírus muda para adaptar-se ao homem e, ao fazê-lo, pode diminuir a sua própria potência.”
Roberto Cauda, do Hospital Policlínico Gemelli, também em Roma, acrescentou que “é verdade que Roma preparou-se mais do que Milão, inclusive porque teve mais tempo. Mas pode ser que a grande maioria dos infectados que, seguramente, viajaram entre Milão e Roma, fossem assintomáticos e, assim, potencialmente um pouco menos contagiosos. A questão da menor contagiosidade dos assintomáticos não está estabelecida para a Covid-19, mas também não está excluída”.
Indagado sobre essas hipóteses, o microbiologista Antonio Cassone afirmou: “Sempre teoricamente, tudo isso é plausível. Ao sofrer mutação, o vírus ‘erra’ adaptando-se e não sabe ‘corrigir-se’. Em relação ao vírus da Covid-19, ninguém ainda demonstrou que as mutações podem tê-lo ‘enfraquecido’. Mas não se pode excluir essa possibilidade.”
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