O petista Paulo Teixeira, como era de se esperar, provocou Sergio Moro na comissão especial da Câmara que analisa a PEC da prisão em segunda instância.

O deputado fugiu do assunto central discutido pela comissão e aproveitou para defender o juiz das garantias — cuja implementação foi suspensa pelo STF. Moro, como se sabe, é contra a proposta.

“Quando o senhor não ganha uma matéria, o senhor atua fazendo pressão via imprensa ou pelos seus seguidores na rede social”, disse Teixeira.

Em seguida, o petista cobrou explicações de Moro sobre por que o miliciano Adriano da Nóbrega — morto no fim de semana em uma ação policial na Bahia — não estava na lista divulgada pelo Ministério da Justiça com os criminosos mais procurados do país.

“Quando o senhor soltou uma lista no mês de janeiro sobre os mais procurados no Brasil, por que o senhor Adriano não constava da lista?”, perguntou Teixeira.

Moro não caiu na provocação e respondeu às perguntas educadamente.

“O juiz das garantias, eu sempre falei que, se formos fazer uma mudança estrutural, temos que fazer ela muito bem planejada. […] A figura do juiz das garantias não foi bem planejada, tanto que dois ministros do STF suspenderam a medida”, disse Moro.

“Essa questão da lista [dos criminosos] é uma questão falsa. Não é uma lista com todos os procurados, mas dos mais procurados. Essa pessoa específica [Adriano da Nóbrega] não entrou. E se vê que nem era necessário, pois essa pessoa foi encontrada poucos dias depois pela polícia da Bahia e, infelizmente, acabou sendo vitimada. Uma lista dos mais procurados não é uma lista de todos os procurados.”