“Derrota em referendo de 2016 foi ponto-chave para crise de Evo”, diz especialista
Fernando Acunha, doutor em direito que estuda a Constituição da Bolívia, disse a O Antagonista que a vontade de Evo Morales de se manter no poder aprofundou a crise boliviana...
Fernando Acunha, doutor em direito que estuda a Constituição da Bolívia, disse a O Antagonista que a vontade de Evo Morales de se manter no poder aprofundou a crise boliviana.
Acunha lembra da derrota de Evo em referendo, em 2016. Na ocasião, os bolivianos rejeitaram a reforma constitucional que permitiria que o presidente disputasse o quarto mandato em 2019.
“O Evo se lança, faz o referendo para o quarto mandato, perde e, mesmo assim, continua anunciando que existiria necessidade de se lançar como candidato. Ele não fez isso tentando preparar um sucessor. Ele fez isso para continuar no poder. Então, eu acho que o governo Evo Morales tem avanços importantes no combate à pobreza e na criação da Constituição de 2009. Agora, sem dúvida nenhuma, se a gente puder identificar um erro político, um erro constitucional, é essa tentativa em 2016.”
Acunha acrescentou:
“Claro, não é uma relação de causa e efeito. Tem tanta coisa que nesse caldeirão que leva a essa crise. Não podemos ser simplistas para apontar só um único culpado, dá para você observar quebra da legalidade constitucional e conduções políticas equivocadas até chegar a uma polarização política praticamente inconciliável, em meio a essas suspeitas de fraude eleitoral. Mas, do ponto de vista constitucional, esse referendo em 2016 foi o ponto-chave para o aprofundamento de uma crise constitucional.”
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