Mais de 1,2 milhão na maior manifestação desde a redemocratização do Chile Mais de 1,2 milhão na maior manifestação desde a redemocratização do Chile
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Mais de 1,2 milhão na maior manifestação desde a redemocratização do Chile

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4 minutos de leitura 25.10.2019 21:40 comentários
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Mais de 1,2 milhão na maior manifestação desde a redemocratização do Chile

A maior manifestação já registrada no Chile desde a redemocratização do país fez desta sexta-feira, 25 de outubro, um dia histórico em Santiago...

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Mais de 1,2 milhão na maior manifestação desde a redemocratização do Chile
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A maior manifestação já registrada no Chile desde a redemocratização do país fez desta sexta-feira, 25 de outubro, um dia histórico em Santiago.

A capital chilena foi tomada por manifestantes que ocuparam diversos pontos da cidade, como informamos mais cedo.

Segundo informações oficiais do policiamento da região metropolitana de Santiago, mais de 1,2 milhão de pessoas participaram daquela que vem sendo chamada de “Maior Marcha do Chile” nas redes sociais.

A maior concentração foi registrada na Praça Itália, perto do palácio presidencial.

Também foram realizadas manifestações em dezenas de outras cidades do país, entre as quais Valparaíso, Viña del Mar e Punta Arenas, última cidade da Patagônia chilena.

Um milhão e 200 mil pessoas nas ruas significam 21,4% da população total da cidade (de 5,6 milhões de habitantes).

Para que se tenha uma ideia da magnitude dos protestos de hoje, a população total do Chile é de cerca de 18 milhões de habitantes. Ou seja: o número de pessoas que foram às ruas nesta sexta em Santiago corresponde a 6,6% do total de chilenos.

Para termos uma base de comparação com o Brasil, cuja população é de cerca de 209 milhões de habitantes, seria como se uma única manifestação reunisse 13,7 milhões de pessoas (os mesmos 6,6%).

O protesto foi pacífico, sem grandes episódios de violência. O número de pessoas nas ruas começou a diminuir nas últimas horas, pois Santiago é uma das cidades chilenas que está sob toque de recolher, a partir das 23 horas (horário local).

Durante toda esta sexta-feira, o país ficou mobilizado em torno das manifestações. Os protestos em Valparaíso, por exemplo, levaram ao fechamento do Congresso Nacional do Chile, que teve de ser esvaziado após uma tentativa de invasão.

“Todos sabemos que a situação atual não é pelos 30 pesos, mas pela raiva acumulada”, disse mais cedo o presidente da Câmara dos Deputados do Chile, Iván Flores Garcia, dirigindo-se ao presidente Sebastián Piñera.

Nesta sexta-feira, os caminhoneiros também aderiram aos protestos, bloqueando algumas das principais estradas do país.

Como se sabe, os protestos no Chile começaram na semana passada, após o anúncio do aumento de passagens do metrô.

Mesmo com a revogação do aumento, no entanto, os manifestantes seguiram nas ruas, e os atos ganharam corpo, ampliando suas reivindicações para temas como melhoria dos serviços públicos, redução da desigualdade, reformas sociais, combate à corrupção, entre outros.

Nas redes sociais, foram publicadas centenas de mensagens com a hashtag #PiñeraRenuncia, pedindo a saída do presidente do Chile. O governo, claro, acaba sendo duramente atingido pela insatisfação generalizada.

Ainda é cedo para análises mais aprofundadas, mas as manifestações chilenas guardam algumas semelhanças com as jornadas de junho de 2013 no Brasil.

Tiveram início a partir de uma questão pontual relacionada ao transporte público (preço de passagem) e se ampliaram, reverberando junto a outros setores da sociedade, para além das esquerdas (que, evidentemente, tentam faturar politicamente com os protestos). São manifestações pulverizadas, sem um comando específico, sem partidos, embora as forças políticas do país tentem se fazer presentes.

O deputado Gabriel Boric Font, da Convergência Social (de esquerda), publicou no Twitter: “Ninguém pode reivindicar a representação de todo este movimento social. Mas, para aqueles de nós que estão na política e acreditam nisso, além de legislar e propor, é nosso dever também estar nas ruas. Animado e esperançoso por ter feito parte do #LaMarchaMasGranDeChile”.

A prefeita da região metropolitana de Santiago, Karla Rubilar Barahona, que se declara “piñerista”, também comentou a manifestação em suas redes sociais: “O Chile vive hoje uma jornada histórica. (…) Uma marcha pacífica de cerca de 1 milhão de pessoas que representam o sonho de um novo Chile, de forma transversal e sem distinção. Mais diálogo e marchas pacíficas nosso país exige”.

Há poucos minutos, o presidente Sebastián Piñera se manifestou sobre os protestos de hoje.

“A multitudinária, alegre e pacífica marcha de hoje, onde os chilenos pedem um Chile mais justo e solidário, abre grandes caminhos de futuro e esperança. Todos ouvimos a mensagem. Todos mudamos. Com unidade e ajuda de Deus, seguiremos o caminho para esse Chile melhor para todos.”

 

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