Em maio, Itamaraty comemorou apoio oficial dos EUA e Bolsonaro criou até conselho Brasil-OCDE
Na questão da adesão do Brasil à OCDE, os EUA prometem o que não podem entregar sozinhos. E o governo Bolsonaro, em vez de abrir caminhos com os europeus, prefere atacá-los - vide o episódio dos incêndios na Amazônia...
Na questão da adesão do Brasil à OCDE, os EUA prometem o que não podem entregar sozinhos. E o governo Bolsonaro, em vez de abrir caminhos com os europeus, prefere atacá-los – vide o episódio dos incêndios na Amazônia.
Não à toa, o número 2 da OCDE disse hoje que o Brasil precisa melhorar sua “responsabilidade ambiental”. Vale dizer que a sede da organização é o Château de la Muette em Paris.
Não há como relativizar essa derrota diplomática. Melhorar encará-la como lição, portanto, sob o risco de incorrer nos mesmos erros.
Diplomacia é também dissimulação e barganha, especialmente para um país de ‘soft power’, sem projeção de poder militar. Ernesto Araújo parece ter esquecido as aulas do Barão do Rio Branco.
Enquanto dispensa os punhos de renda, atua como ‘cheerleader’ nas redes sociais. Em maio, por exemplo, seu Itamaraty foi ao Twitter festejar o “apoio oficial” dos EUA. Faltou dizer para quando seria o tal apoio.
A cautela foi substituída pela arrogância. Estava ali, afinal, o primeiro resultado prático do tão criticado alinhamento automático com a Casa Branca. Bolsonaro aproveitou a vitória pírrica para vender mais uma vez a indicação do filho Eduardo para a embaixada em Washington.
Em julho, o presidente selou os 200 dias de seu governo com um decreto criando o conselho de preparação e acompanhamento da adesão do Brasil à OCDE. No mês seguinte, foi informado por Mike Pompeo do adiamento dos planos de ingresso.
Agora, com o vazamento da carta quase dois meses depois, tenta construir uma nova narrativa de que a indicação não seria mesmo para agora e culpa a imprensa pelo sensacionalismo.
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