Marcelo Odebrecht aponta proteção a executivos que não delataram
Num trecho de seu depoimento, ontem, Marcelo Odebrecht disse que passou a ter dificuldade para acessar os sistemas que registravam o pagamento de propina da Odebrecht. Na opinião dele, a própria companhia, que guarda uma cópia do Drousys e do MyWebDay, restringiu a consulta para evitar expor executivos que não fizeram acordo de colaboração premiada...
Num trecho de seu depoimento, ontem, Marcelo Odebrecht disse que passou a ter dificuldade para acessar os sistemas que registravam o pagamento de propina da Odebrecht.
Na opinião dele, a própria companhia, que guarda uma cópia do Drousys e do MyWebDay, restringiu a consulta para evitar expor executivos que não fizeram acordo de colaboração premiada.
Citou especificamente o caso do Refis da Crise, no qual a Braskem pagou R$ 50 milhões ao PT em troca de parcelamento de dívidas tributárias bilionárias em 2009.
O caso envolve diretamente Maurício Ferro, cunhado e desafeto de Marcelo Odebrecht. Ex-diretor jurídico da companhia, ele não fez acordo de delação e foi alvo, em agosto, da Carbonara Chimica, 63ª fase da Lava Jato, que investigou o envolvimento da petroquímica no acerto.
“Quando começaram as colaborações [em 2017], as defesas e os colaboradores tinham acesso amplo aos registros para poder achar suas provas de corroboração. Em determinado momento, quando se fechou a colaboração e se percebeu que os registros poderiam comprometer alguns executivos que decidiram não colaborar, aí começaram a dificultar o acesso dos colaboradores ao registro. Agora, no início a gente tinha acesso através das defesas. Hoje é extremamente engessado para proteger algumas pessoas”, afirmou Marcelo Odebrecht.
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