Ex-diretor do Metrô envolve vice-governador de SP em esquema de propina
Em seu depoimento aos procuradores da Lava Jato em São Paulo, o ex-diretor do Metrô Sérgio Corrêa Brasil envolveu o atual vice-governador do estado, Rodrigo Garcia, e quatro partidos políticos em um esquema de pagamento de propina durante os governos de José Serra e Geraldo Alckmin, do PSDB. As informações são da TV Globo...
Em seu depoimento aos procuradores da Lava Jato em São Paulo, o ex-diretor do Metrô Sérgio Corrêa Brasil envolveu o atual vice-governador do estado, Rodrigo Garcia, e quatro partidos políticos em um esquema de pagamento de propina durante os governos de José Serra e Geraldo Alckmin, do PSDB. As informações são da TV Globo.
Segundo o delator, o esquema abastecia financeiramente campanhas políticas e favorecia empreiteiras nas obras do Metrô paulista. As irregularidades começaram nas obras da Linha 2-Verde, passaram pela Linha 5-Lilás e chegaram à licitação da Linha 6-Laranja, diz Brasil. As empreiteiras envolvidas, de acordo com o ex-diretor do Metrô, foram Odebrecht, Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa.
De acordo com Sérgio Brasil, o esquema teve início em 2004 e perdurou por uma década, até as eleições de 2014. Alckmin e Serra não são citados como beneficiários diretos. Além de Rodrigo Garcia, Brasil apontou o deputado federal Arnaldo Jardim, do Cidadania (ex-PPS), como um dos políticos que tinham “vínculo mais forte” com o esquema.
Além do PSDB, segundo o delator, outros três partidos recebiam repasses mensais em troca de apoio ao governo do estado na Assembleia Legislativa: Cidadania (então PPS), DEM (então PFL) e PTB.
Sérgio Brasil foi o primeiro funcionário do Metrô a colaborar com a Justiça. Ele deve ficar preso em regime semiaberto por sete anos e se comprometeu a devolver aos cofres públicos mais de R$ 6 milhões.
À Globo, o governo de São Paulo disse que as acusações contra Rodrigo Garcia não têm fundamento e que ele já foi inocentado pelo STF em processos envolvendo o Metrô. Arnaldo Jardim afirmou desconhecer os fatos e que jamais teve esse comportamento.
Alckmin disse desconhecer o teor das declarações de Sérgio Brasil. Serra afirmou que “jamais recebeu vantagens indevidas em 40 anos de vida pública”.
No início do mês, a juíza Flavia Serizawa e Silva aceitou a denúncia apresentada pelo MPF e tornou réus o próprio Sérgio Brasil e outras 13 pessoas — entre elas, executivos de Odebrecht, Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão e OAS — pelo esquema de corrupção no Metrô. O processo tramita na 3ª Vara Federal de São Paulo.
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