Collor compara 2016 com 1992
Como era previsto, Fernando Collor usou os 15 minutos na tribuna do Senado para comparar seu processo de impeachment com o de Dilma Rousseff, repisando as alegações de que foi vítima de uma injustiça...
Como era previsto, Fernando Collor usou os 15 minutos na tribuna do Senado para comparar seu processo de impeachment com o de Dilma Rousseff, repisando as alegações de que foi vítima de uma injustiça. Ele criticou duramente o PT e defendeu o parlamentarismo.
Citou o livro “Ruínas de um Governo”, de Ruy Barbosa, para dizer que o país chegou ao “ápice de todas as crises”. Relembrou trechos da denúncia do impeachment de 1992, de Barbosa Lima Sobrinho, buscando inspiração até no filósofo franco-alemão Barão d’Holbach.
“A história me reservou este momento. Devo vivê-lo no estrito cumprimento de um dever. Tudo nos prova que a cada dia os nossos costumes se abrandam, os espíritos se esclarecem e a razão conquista terreno.”
Collor dedicou a maior parte do discurso a mostrar como Dilma tem sido bem tratada, apesar das constantes queixas dos petistas.
“Em 1992, bastaram menos de quatro meses, entre o recebimento da denúncia e a decisão do Senado de me afastar. No atual processo, já se passaram mais de oito meses e mais seis meses estão previstos. O rito é o mesmo, mas o ritmo e o rigor não. Basta lembrar que, entre a chegada do relatório da comissão especial no Senado e meu afastamento, transcorreram apenas 48 horas. O parecer da comissão especial possui 128 páginas. O mesmo parecer continha meia página, com apenas dois parágrafos.”
“Em 1992, fui instado a renunciar na suposição de que as acusações contra mim fossem verdadeiras. Me utilizei de advogados particulares para me defender. Dois anos depois fui absolvido de todas as acusações do STF. Perdi meu mandato e não recebi qualquer tipo de reparação. Da decisão do Senado, não coube recurso direto ou indireto.”
Collor também aproveitou para se posicionar a favor do impeachment. Acusou Dilma de “irresponsabilidade” e “desleixo” com a política e com a deterioração econômica, além “dos acachapantes déficits orçamentários e do aparelhamento do Estado, que o tornou arrogante e ineficaz”. “É crime de responsabilidade a mera irresponsabilidade para com o país.”
Disse ainda que “não foi por falta de aviso”, relatando as diversas vezes em que buscou falar com Dilma ou com seus interlocutores, alertando-a sobre os erros na economia, “a excessiva intervenção estatal e as imprudentes renúncias fiscais”. “Sugeri na reeleição uma reconciliação com a classe política, que fosse à TV pedir desculpas aos eleitores, alertei do risco de impeachment. Não me escutaram.”
Segundo Collor, o PT ainda não aprendeu nada com a atual crise. “Em vez de lágrimas nos olhos, o que se vê é a defesa rouca, cega, mouca e intransigente”.
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