‘Marinha paralela’ chinesa treina para possível invasão
Reportagem da Reuters revela que a China treina uma "marinha paralela" com navios civis para invadir Taiwan numa eventual operação militar
Nos últimos dias as águas e o espaço aéreo que cercam Taiwan tornaram-se um palco tenso de demonstração de força militar que envolve Beijing, Taipei e aliados externos.
A partir de 29 de dezembro a China iniciou exercícios em larga escala batizados de Justice Mission 2025, com navios, aeronaves, mísseis e horas de disparos reais simulando o bloqueio de portos e o controle de rotas marítimas e áreas próximas à ilha.
O objetivo declarado por autoridades chinesas é advertir “forças externas” e contestar a possibilidade de independência de Taiwan, mas a preparação vai além de palavras e mapas de posições militares, como mostra uma reportagem da Reuters.
Nessa matéria, feita antes dos exercícios dessa semana, é revelada uma “marinha paralela”, um grupo de barcos e navios civis que estaria sendo integrada a exercícios e que pode ser usada numa invasão real.
Ela seria formada por navios civis, como cargueiros, petroleiros e embarcações de transporte, preparados para atuar de forma discreta em apoio a operações militares.
Em vez de ostentar bandeiras de guerra, esses navios poderiam levar tropas, veículos, combustível e suprimentos, se misturando ao tráfego comercial comum para reduzir alertas antecipados.
Em um cenário de conflito, essa frota serviria para aumentar rapidamente a capacidade logística da China, apoiar bloqueios marítimos, confundir sistemas de vigilância e garantir fluxo constante de recursos, enquanto a marinha regular se concentraria em ações de combate direto e controle das áreas estratégicas.
Não por acaso os exercícios militares chineses também afetam a vida civil na ilha, ocasionando o fechamento de rotas aéreas e alteraram itinerários de voos e marítimos, mostrando que as manobras não são apenas declarações simbólicas, mas também bagunçam o cotidiano da região.
Esse é o sexto grande exercício militar chinês em torno de Taiwan desde agosto de 2022.
Essas manobras, seja militar o da tal “marinha paralela” civil, costumam fazer parte de um acúmulo de capacidades que, no longo prazo, poderia dar a China uma vantagem estratégica, por já ter mapeado a região, com tempos de deslocamento, reações de Taiwan etc., no caso de uma tentativa de tomada de controle da ilha, um cenário que tem ganhado contornos cada vez mais realistas.
Ao mesmo tempo, a reação de aliados como os Estados Unidos e países da região tem incluído reafirmações de apoio à segurança de Taiwan e diálogos diplomáticos voltados para evitar um conflito aberto, indicando que a tensão transcende as fronteiras marítimas e alcança o equilíbrio de poder.
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