Casa Branca defende apreensão de petroleiro perto da Venezuela
De acordo com porta-voz, navio transportava petróleo da PDVSA, estatal venezuelana sob sanções
A Casa Branca defendeu neste domingo, 21, a legalidade da incursão da Guarda Costeira dos Estados Unidos no petroleiro Centuries, nas proximidades da Venezuela.
Segundo o governo americano, a operação integra ações para limitar o financiamento do regime de Nicolás Maduro e reforçar o controle sobre atividades marítimas consideradas ilícitas, sobretudo no comércio de petróleo sujeito a sanções.
De acordo com a porta-voz adjunta da Casa Branca, Anna Kelly, o navio transportava petróleo da PDVSA, a estatal venezuelana, sob sanções internacionais.
Em publicação no X, Kelly classificou a embarcação como de “falsa bandeira” e afirmou que ela operava como parte da “frota na sombra venezuelana para traficar petróleo roubado e financiar o regime narcoterrorista” de Maduro.
As declarações foram uma resposta a reportagens do The New York Times e do The Washington Post, que levantaram dúvidas sobre a legalidade da intervenção.
Segundo os jornais, o Centuries pertence a uma empresa sediada na China e costuma transportar petróleo venezuelano para refinarias chinesas.
Segundo o New York Times, o Centuries navega sob bandeira panamenha, diferentemente do petroleiro Skipper, abordado pelos Estados Unidos em 10 de dezembro. No caso anterior, o navio constava na lista de sanções do OFAC e, segundo autoridades americanas, operava com falsa bandeira da Guiana.
Já fontes oficiais ouvidas pelo Washington Post afirmaram que a abordagem ao Centuries se baseou no chamado “direito de visita”, princípio do direito marítimo internacional que autoriza a inspeção de embarcações suspeitas de atividades ilícitas mesmo sem mandado específico.
Reação da Venezuela
O regime venezuelano reagiu com críticas à ação. Em comunicado oficial, Caracas classificou a intervenção como “roubo” e “sequestro” de ativos, além de denunciar a “desaparição forçada” da tripulação.
O governo de Maduro também acusou os Estados Unidos de praticar “pirataria” e de violar o direito internacional.
Segundo a nota, a Venezuela pretende levar o caso ao Conselho de Segurança da ONU e a outros organismos multilaterais. A ofensiva diplomática busca contestar a atuação americana em águas internacionais e ampliar o apoio de aliados.
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