Estudo prova que moais da Ilha de Páscoa “andavam”
A Ilha de Páscoa, ou Rapa Nui, é famosa pelos moais, estátuas monumentais esculpidas em rocha vulcânica por uma sociedade polinésia isolada
A Ilha de Páscoa, ou Rapa Nui, é famosa pelos moais, estátuas monumentais esculpidas em rocha vulcânica por uma sociedade polinésia isolada, que desenvolveu soluções engenhosas para produzir, transportar e erguer centenas dessas figuras pelo território insular.
O que são os moais da Ilha de Páscoa e qual seu significado cultural
Os moais são estátuas humanoides de cabeças grandes e troncos alongados, esculpidas majoritariamente em tufo vulcânico entre os séculos XIII e XVI.
Representavam ancestrais de linhagens importantes ou entidades protetoras, marcando status, poder e identidade coletiva nas comunidades rapanui.
Geralmente posicionados sobre plataformas de pedra chamadas ahu, muitas vezes próximas à costa, podiam receber “chapéus” de rocha avermelhada, os pukao.
Esses complexos cerimoniais revelam a hierarquia social, a organização do território e o vínculo espiritual com a paisagem.

Como os moais eram transportados em pé pela ilha
Uma pesquisa publicada no Journal of Archaeological Science indicou que os moais eram transportados em pé, “caminhando” por meio de um balanço controlado com cordas, em vez de deitados sobre trenós com rolos de madeira.
Réplicas de várias toneladas foram deslocadas por grupos reduzidos, alternando a tensão das cordas em cada lado.
O formato ligeiramente inclinado para a frente e a base curva favorecem o movimento pendular, tornando o deslocamento mais estável e econômico em força.
Essa técnica reduz o uso de madeira e mostra adaptação precisa às condições limitadas da ilha.
Que papel as estradas antigas tiveram no transporte dos moais
A rede de estradas pré-históricas de Rapa Nui conectava a principal pedreira no vulcão Rano Raraku às áreas costeiras com plataformas cerimoniais.
Com cerca de 4 a 5 metros de largura e perfil levemente côncavo, esses caminhos parecem ter sido planejados para estabilizar a base das estátuas durante o balanço controlado.

Estudos arqueológicos identificaram ao longo dessas rotas vários indícios de que não eram apenas vias comuns, mas corredores especializados para o transporte dos moais, com características técnicas e funcionais bem definidas:
- Largura padronizada adequada ao balanço lateral das figuras.
- Trajetos ligando diretamente pedreiras a plataformas costeiras.
- Perfil côncavo que funciona como “berço” para a base dos moais.
- Moais inacabados ou caídos encontrados ao longo dos caminhos.
O que a engenharia dos moais revela sobre a sociedade rapanui
A produção de quase 900 moais exigiu extração, escultura, transporte e instalação coordenados, evidenciando divisão de trabalho, planejamento e domínio de técnicas práticas de física e engenharia.
Mesmo sem escrita, a sociedade rapanui demonstrou alta capacidade organizacional em um ambiente com recursos limitados.
Optar pelo transporte em pé, com uso intensivo de cordas e estradas bem dimensionadas, em vez de grandes quantidades de madeira, revela uma solução eficiente em energia e materiais.
Essa estratégia mostra profundo conhecimento empírico do comportamento das massas de pedra e da própria geografia da ilha.
The Truth Behind the Moi Scupture It's not what you think
— March (@MarchUnofficial) December 3, 2025
Moai are monolithic human figures carved by the ancient Rapa Nui people on Easter Island (Rapa Nui), Chile. pic.twitter.com/VT367MxmDu
Como a pesquisa atual integra ciência moderna e saber tradicional
As investigações recentes sobre os moais combinam arqueologia, modelagem computacional, experimentos de engenharia e registros orais dos rapanui.
Testes práticos confirmam a viabilidade do “andar” das estátuas e ajudam a estimar tempos, equipes e rotas de transporte com mais precisão.
Ao reconstituir o processo de esculpir, mover e erguer os moais, pesquisadores esclarecem tanto a técnica quanto o sentido simbólico dessas obras.
Em 2025, os moais seguem como foco de interesse científico global e símbolo duradouro da engenhosidade humana em ilhas remotas.
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