A queda do banqueiro que perdeu tudo e foi de mansão de R$ 248 milhões a sofá emprestado
Uma das mansões mais caras do Brasil já teve piso aquecido, obras de arte milionárias e tecnologia digna de filme
Uma das mansões mais caras do Brasil já teve piso aquecido, obras de arte milionárias e tecnologia digna de filme. Hoje já falecido, o antigo dono viveu de favor em uma casa emprestada, enquanto o imóvel que já foi símbolo máximo de luxo no Morumbi virou sinônimo de queda dramática
A história da mansão de Edemar Cid Ferreira, ex-dono do Banco Santos, parece roteiro pronto para quem gosta de curiosidades sobre poder, arte e reviravoltas.
Como era a mansão mais luxuosa do Morumbi?
No auge, a mansão de mais de 8.000 m² no Morumbi era tratada como uma das propriedades residenciais mais caras do país. O projeto reunia tudo o que se podia associar a ostentação: piso aquecido, mármores importados, vidros à prova de bala e ambientes gigantescos, pensados para receber convidados importantes, festas e jantares formais.
A residência funcionava quase como um museu particular. Pelos corredores e salões, era possível ver pinturas, esculturas e peças decorativas assinadas por artistas renomados, muitas delas disputadas em leilões internacionais.
O imóvel acabou ficando famoso justamente por essa mistura de residência e galeria de arte, com um acervo de alto valor financeiro e cultural convivendo com o dia a dia do ex-banqueiro.
Quem era o dono da mansão e por que tudo ruiu?
A mansão pertenceu ao ex-banqueiro Edemar Cid Ferreira, fundador do Banco Santos. A instituição financeira cresceu rapidamente, atraindo clientes de alto patrimônio e se envolvendo com operações sofisticadas no mercado.
No entanto, em 2005, o banco quebrou, deixando uma enorme massa de dívidas e um rastro de processos e discussões jurídicas que se arrastam até hoje. A casa, naturalmente, entrou na conta dessa derrocada.
Até hoje, circulam versões diferentes sobre o que levou ao colapso do Banco Santos. Edemar atribui a falência a decisões do Banco Central, que, segundo ele, teriam tornado a situação irreversível.
Críticos e analistas, por outro lado, apontam para operações consideradas irregulares e para um déficit que já aparecia nos balanços desde 2001. No meio desse impasse, a mansão acabou incorporada à massa falida, passando a ser um dos principais ativos usados na tentativa de cobrir parte dos prejuízos.
Quais eram as curiosidades mais impressionantes da mansão de Edemar Cid Ferreira?
O interior da casa impressionava até quem já estava acostumado com imóveis de alto padrão. Logo na área social, esculturas de artistas como Bruno Giorgi se destacavam em ambientes amplos, com pé-direito generoso e iluminação planejada para valorizar cada obra.
A sala de jantar tinha uma longa mesa de mogno com capacidade para 24 pessoas, cercada por peças decorativas avaliadas em valores milionários, formando um cenário que misturava ostentação e curadoria de arte.
A coleção não se limitava a artistas brasileiros. Havia peças orientais, painéis, esculturas modernas e obras consideradas patrimônio cultural, muitas delas com histórico de exibição em museus ou galerias importantes.
Algumas dessas obras foram posteriormente leiloadas, enquanto outras permaneceram na mansão até sua arrematação por um valor bem abaixo do que se imaginava inicialmente.
Quais tecnologias surpreendiam dentro da casa?
Além do luxo óbvio, a mansão chamava atenção por soluções tecnológicas pouco comuns em residências brasileiras, mesmo em 2025.
Um dos destaques era a adega subterrânea, com estrutura planejada para armazenar milhares de garrafas de vinho, mantendo temperatura e umidade cuidadosamente controladas. O espaço funcionava quase como um cofre gastronômico, pensado para preservar rótulos raros e coleções inteiras ao longo dos anos.
Pelas áreas sociais e íntimas, outros sistemas reforçavam o caráter tecnológico do imóvel. Alguns vidros podiam “embaçar” com um simples comando, garantindo privacidade instantânea.
A casa contava ainda com piscina interna aquecida, academia equipada, garagem preparada para dezenas de carros e sistemas de energia próprios, dimensionados para abastecer não apenas a mansão, mas o equivalente a um pequeno conjunto de residências.
O canal Nosy Drone explorou todo o interior dessa mansão milionária, contando um pouco da história do banqueiro:
O que aconteceu com a mansão e com o ex-banqueiro depois da queda?
Após a falência do Banco Santos, parte significativa das obras de arte e dos bens de alto valor foi levada a leilão, na tentativa de reduzir o tamanho das dívidas. Ainda assim, nem tudo foi vendido. Algumas peças continuaram dentro da mansão por anos, enquanto seguiam discussões jurídicas sobre propriedade, penhora e destino do acervo.
O imóvel, que já chegou a ter valor estimado na casa das centenas de milhões, foi arrematado posteriormente por uma fração desse montante.
Enquanto isso, a situação pessoal de Edemar se transformou completamente. O ex-banqueiro, que já comandou um dos imóveis mais luxuosos do Morumbi, passou a viver em uma casa emprestada por um amigo, após ser despejado.
O banqueiro morreu em 13 de janeiro de 2024, aos 80 anos, vítima de um ataque cardíaco.
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