O prefeito de Istambul, Ekrem Imamoglu, foi transferido neste domingo, 23, para a penitenciária de Marmara, nos arredores da cidade, após ordem judicial que determinou sua prisão preventiva. Imamoglu afirma que o processo tem motivação política.

O Ministério do Interior da Turquia anunciou sua remoção do cargo e a suspensão de outros membros da administração municipal, também presos. Imamoglu era visto como o principal opositor do presidente Recep Tayyip Erdogan e um potencial candidato à eleição presidencial de 2028.

A decisão judicial ocorre dias depois de a Universidade de Istambul anular seu diploma, alegando irregularidades em sua transferência para a instituição em 1990. Imamoglu disse que contestará a medida. A Constituição turca exige que o presidente tenha formação superior.

Leia mais: “Crusoé: Por que os turcos foram às ruas contra Erdogan?”

Protestos e repressão

A prisão de Imamoglu provocou manifestações em diversas cidades da Turquia. Na sexta-feira, 343 pessoas foram presas em atos contra sua detenção. No sábado, novos protestos reuniram mais de 50 mil pessoas em Istambul, com outras 323 prisões registradas.

Enquanto era levado para o presídio, Imamoglu pediu que a população se mobilizasse, classificando sua prisão como uma “execução extrajudicial” e uma “traição contra a Turquia”. Seus advogados anunciaram que vão recorrer da decisão.

Reações internacionais

A prisão do prefeito gerou críticas no exterior. Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Alemanha chamou o caso de um “grande revés para a democracia na Turquia” e pediu um julgamento transparente.

Imamoglu deveria ser oficializado como candidato do Partido Republicano do Povo (CHP) à presidência. Em mensagem divulgada por seus advogados, afirmou que não desistirá da luta contra Erdogan.