"Confundir política externa com lacração é coisa de amadores" "Confundir política externa com lacração é coisa de amadores"
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“Confundir política externa com lacração é coisa de amadores”

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2 minutos de leitura 27.12.2018 10:25 comentários
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“Confundir política externa com lacração é coisa de amadores”

Melhor do que examinar a pesquisa Datafolha sobre se o Brasil deve dar "preferência ao governo americano do que a outros países", é ler o artigo de William Waack sobre a bobagem de confundir política externa com "lacração digital". Leia o trecho: "O estilo Trump de disparar a metralhadora verbal primeiro e depois ver o que aconteceu talvez sirva aos interesses americanos...

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Redação O Antagonista
2 minutos de leitura 27.12.2018 10:25 comentários 0

Melhor do que examinar a pesquisa Datafolha sobre se o Brasil deve dar “preferência ao governo americano do que a outros países”, é ler o artigo de William Waack sobre a bobagem de confundir política externa com “lacração digital”.

Leia o trecho:

“O estilo Trump de disparar a metralhadora verbal primeiro e depois ver o que aconteceu talvez sirva aos interesses americanos. A longo prazo, duvido – ou vão dizer que a renúncia do general James “Mad Dog” Mattis do Pentágono, decepcionado com Trump, foi gesto de um esquerdista tresloucado infectado pelo globalismo? No caso do Brasil, imitar Trump incentiva a caricatura de quem entra bancando o fortão no salão cheio de bandidos e na hora de sacar o 45 possui apenas uma pistola de plástico.

Memes de política externa, como estamos produzindo, têm sérias consequências raramente visíveis a curto prazo. O novo governo briga com os acordos de Paris como se fossem a causa de qualquer atraso no pujante agronegócio brasileiro, deixando para o Chile (um país de esquerda?) realizar a conferência preparatória que esnobamos aparentemente sem ter gastado dois minutos calculando custos e benefícios diplomáticos. A promessa de transferir a embaixada brasileira em Israel de Tel-Aviv para Jerusalém é outra postura que gera grande tráfego nas redes sociais, mas que faz qualquer estudioso de política externa em qualquer lugar perguntar o que, afinal, se pretende conseguir com esse gesto.

Confundir política externa com gestos fortes e lacração é coisa de amadores. Ampliar o poder nacional, explorar a posição geográfica, formar alianças (sim, em algum momento elas podem requerer algumas renúncias, coisa que Trump parece incapaz de entender, como assinalou Mattis) e definir muito bem o que são os próprios interesses são o ponto de partida de qualquer formulação para trazer resultados, que não são tão imediatos quanto os políticos fascinados por redes sociais gostariam que fossem.

Em outras palavras, política externa é função de pensamento estratégico. Pensamento que fica prejudicado, assinalava o velho Kissinger, quando o governante está muito preocupado com o número de visualizações e os “likes” nas suas redes sociais.”

Alguém precisa explicar aos pitbulls que Waack não é de esquerda.

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