O presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado (CCJ) e candidato a presidente da Casa Alta, Davi Alcolumbre (UNIÃO-AP), já opera como “player” do Congresso Nacional, mesmo antes das eleições para a sucessão de Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

Na tarde desta quarta-feira, 19, o senador foi visto transitando pelos arredores da presidência da Câmara após deixar reunião com o presidente da Casa Baixa, Arthur Lira (PP-AL). O encontro, segundo a informação de líderes da Câmara, tratou da finalização da votação do pacote de corte de gastos pelas duas casas legislativas.

Uma sessão do Congresso Nacional teria sido cogitada ainda para essa quinta-feira, 19, de acordo com deputados que participaram do encontro. O problema é que Pacheco, o atual presidente do Senado, já havia dado precedência sobre a tramitação do pacote enviado pelo governo, adiando para amanhã,20, a deliberação da Lei Orçamentária Anual (LOA) pelas duas casas de lei.

Líderes ouvidos por O Antagonista afirmam que aguardam uma nova definição sobre o agendamento da sessão do Congresso após as tratativas entre Lira e Alcolumbre.

Cenário duvidoso

Após a presença do senador na Câmara, o plenário do Senado iniciou a votação dos dispositivos do pacote de corte de gastos já aprovados pela Casa liderada por Lira.

Parlamentares também levantam a hipótese sobre o adiamento da votação da Lei Orçamentária Anual (LOA) para o próximo ano, devido às incertezas sobre a conclusão da análise do pacote de corte de gastos.

O líder do MDB, Isnaldo Bulhões, relator do projeto que endurece as regras para o acesso ao Benefício de Prestação Continuada (BPC), admitiu, há pouco tempo, que ainda realizava ajustes no relatório que será submetido à votação no plenário da Câmara.

Alcolumbre na berlinda

Em meio ao crescimento do prestígio em torno de seu nome, às vésperas da corrida eleitoral pelo comando do Senado e do Congresso Nacional, o gabinete de Alcolumbre é alvo de investigações da Polícia Federal (PF).

Ana Paula Magalhães de Albuquerque Lima, chefe de gabinete do senador, está entre as pessoas listadas para depor no âmbito da Operação Overclean, que apura um suposto esquema de desvio milionário de recursos públicos por meio de emendas parlamentares e contratos com prefeituras.