Lojas que vendem cigarros eletrônicos tem CNPJ suspenso pela Receita Federal
Determinação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de proibir a comercialização desses produtos não tem sido suficiente para erradicar a prática.
O comércio de cigarros eletrônicos, embora proibido no Brasil desde 2009, continua a desafiar a regulamentação federal. A fiscalização da Receita Federal sobre esse mercado ilegal foi intensificada, especialmente em regiões como São Paulo.
O objetivo é combater a venda clandestina e aplicar penalidades severas aos infratores, visando interromper essa atividade nociva.
A determinação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de proibir a comercialização desses produtos não tem sido suficiente para erradicar a prática.
Cigarros eletrônicos são comuns em vitrines de shoppings populares, o que evidencia a necessidade de intervenções mais rigorosas, como a suspensão e potencial cancelamento do Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) para estabelecimentos reincidentes.
Medidas de fiscalização
A Receita Federal adotou medidas severas para enfrentar o comércio ilícito de cigarros eletrônicos. Em outubro de 2024, começou a aplicar sanções como a suspensão de CNPJs, impactando diretamente o funcionamento das empresas.
Até agora, 22 negócios foram atingidos por essas penalidades na cidade de São Paulo.
Além disso, espera-se reforçar o combate ao comércio ilegal de pequenos comerciantes sem registro empresarial em 2025. A apreensão de mercadorias ilegais é uma das estratégias utilizadas, juntamente com possíveis processos penais contra os responsáveis.
A Receita também registrou um valor recorde de R$ 240 milhões em apreensões, comparado aos R$ 63 milhões de 2023, mostrando a escala da operação.
Papel do comércio ilegal no financiamento do crime organizado
Especialistas da Receita Federal alertam sobre a ligação entre o mercado de cigarros eletrônicos e o crime organizado.
Pequenos estabelecimentos que adquirem produtos de contrabando ajudam a financiar atividades ilícitas. Isso agrava o quadro ao subsidiar redes criminosas que usam esses lucros para diversificar suas operações ilegais.
Segundo dito por Raphael Eugênio de Souza, coordenador-geral de Combate ao Contrabando e Descaminho, a suspensão do CNPJ é uma tentativa de evitar a reincidência no comércio ilegal.
A medida impede atividades como movimentação de contas bancárias e emissão de notas fiscais, criando um custo econômico significativo para os infratores.
Riscos à Saúde: Proibição dos cigarros eletrônicos
A preocupação com os cigarros eletrônicos não se limita apenas ao âmbito econômico e legal. Especialistas em saúde destacam os riscos graves que esses dispositivos representam.
Há potencial para causar dependência química e exposição a substâncias cancerígenas.
Margareth Dalcolmo, da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, destaca lesões pulmonares, como alvéolos danificados e aumento no risco de câncer. Segundo Dalcolmo, danos ao pulmão podem ser irreversíveis, levando a consequências permanentes para a saúde dos usuários.
Controle da venda online de cigarros Eletrônicos
Além de lojas físicas, a venda de cigarros eletrônicos pela internet representa mais um desafio para as autoridades.
A fiscalização sobre plataformas digitais e aplicativos está em desenvolvimento, com o objetivo de derrubar redes de distribuição online. Estudos são conduzidos na busca por meios mais eficazes de bloquear essas vendas.
Com a intensificação das ações governamentais, a expectativa é de diminuição das vendas ilegais e aumento da conscientização dos riscos associados ao uso de cigarros eletrônicos.
O desafio permanece constante, mas as medidas buscam reduzir significativamente a presença desses produtos no mercado brasileiro.
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