O ditador Nicolás Maduro (à direita na foto) recebeu no sábado chefes de Estado e de Governo na 24ª Cúpula da Alba-TCP (Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América), realizada em Caracas. 

A reunião marcou os 20 anos de fundação do bloco e trouxe declarações de apoio à Palestina, além de ataques a Israel. Representantes dos dez países membros participaram do encontro.

Em declaração conjunta, a aliança classificou a Palestina como “país irmão” e condenou os “crimes contra a humanidade cometidos na Faixa de Gaza e nos territórios palestinos ocupados ilegalmente”. 

A ALBA também rejeitou o que chamou de “genocídio cruel e desumano” atribuído a Israel e exigiu um cessar-fogo imediato na região.

Maduro manifestou solidariedade do bloco à Palestina e projetou, como meta futura, uma cúpula realizada “em uma Jerusalém livre”, referindo-se à cidade como “nas mãos do povo, e não das elites imperialistas e belicistas”.

Estiveram presentes na cúpula o presidente Luis Arce (Bolívia), os ditadores Daniel Ortega (Nicarágua; à esquerda na foto) e Miguel Díaz-Canel (Cuba), além dos primeiros-ministros Gaston Browne (Antígua e Barbuda), Roosevelt Skerrit (Dominica) e Ralph Gonsalves (São Vicente e Granadinas). Outros países enviaram representantes oficiais.

Sanções dos EUA

A cúpula também serviu como palco para críticas às sanções econômicas impostas pelos Estados Unidos, alvo recorrente das ditaduras latino-americanas. 

Os líderes classificaram as medidas como “unilaterais, ilegais e criminosas”, e disseram que elas prejudicam o bem-estar das populações de Cuba, Venezuela e Nicarágua. Também reiteraram a condenação ao embargo econômico contra Cuba, que o bloco chamou de “genocida e ilegal”.

A ALBA destacou o papel do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) como força emergente para a construção de uma ordem multipolar, caracterizada por respeito mútuo e cooperação econômica e social entre os povos.

Fundada em 14 de dezembro de 2004 por Hugo Chávez e Fidel Castro, a ALBA é composta por Venezuela, Cuba, Bolívia, Nicarágua e seis nações caribenhas: Antígua e Barbuda, Dominica, São Vicente e Granadinas, Santa Lúcia, São Cristóvão e Névis, e Granada.

Venezuela compara Lula a Bolsonaro

Em outubro, contrariada com o veto brasileiro à entrada da Venezuela no Brics, grupo que originalmente reunia Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, a ditadura de Nicolás Maduro comparou Lula ao ex-presidente Jair Bolsonaro, afirmando que a decisão reproduz “o ódio, a exclusão e a intolerância” promovidos pelos centros de poder ocidentais.

Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores de Maduro classificou o veto do Brasil na ocasião como uma “agressão” e um “gesto hostil” à Venezuela, que causa “indignação e vergonha” ao povo venezuelano e mantém “a pior das políticas de Jair Bolsonaro”.

Com a Venezuela, Putin ainda tem uma maneira de espezinhar os americanos no quintal deles, que é a América Latina.

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