Amor, o que você quer de Natal? Uma vaga vitalícia no Tribunal de Contas
Estamos falando de famílias como a de Camilo Santana, Waldez Góes, Rui Costa, Renan Calheiros e Helder Barbalho
O governo Lula parece ter inaugurado uma nova versão do feminismo, onde as conquistas da mulher não dependem mais do mérito, mas do marido. Agora, o que conta é casar com o homem certo. Se o seu companheiro for governador ou estiver bem posicionado politicamente, parabéns: o futuro pode incluir uma vaga vitalícia em um Tribunal de Contas. Isso, no meu tempo, tinha outro nome. A gente chamava de machismo, de chauvinismo. Era quando o valor de uma mulher era medido pelo sucesso do marido, e não pelo dela. Parece que mudaram o nome. Agora é feminismE, né?
O problema não é novo, mas o nível de descaramento é. Já existia uma politização absurda nos Tribunais de Contas, onde políticos em fim de carreira ganhavam cargos vitalícios, um presente dado pelos próprios colegas do Legislativo. Deputados, senadores e secretários gerais eram acomodados ali, como prêmio de consolação. Mas agora o clã político deu lugar ao clã familiar. E com isso, chegamos ao auge do absurdo: esposas, noras e outros parentes de políticos ganhando essas vagas. É o nepotismo em sua forma mais refinada e descarada.
Estamos falando de famílias como a de Camilo Santana, Waldez Góes, Rui Costa, Renan Calheiros e Helder Barbalho. Clãs que garantem posições estratégicas nos tribunais, perpetuando sua influência política. Uma vez lá, essas pessoas têm o poder de facilitar para os aliados e dificultar para os rivais, criando um desequilíbrio interno nos estados. E convenhamos, é muito difícil acreditar que alguém nessas posições vá fiscalizar o próprio marido, o próprio pai ou o sogro. Nem na lei penal você é obrigado a incriminar seu marido. Por que seria diferente em um Tribunal de Contas?
Os impactos disso são profundos. Durante a Lava Jato, vimos como os Tribunais de Contas foram importantes para expor maracutaias. Agora, esse órgão, que deveria assessorar o Legislativo na fiscalização do Executivo, está sendo transformado em um clube familiar. Estamos plantando uma distorção que só vai gerar mais desequilíbrios no futuro. O que deveria ser um pilar da democracia está se tornando um instrumento de favorecimento pessoal.
E o que dizer do retrocesso nos direitos das mulheres? Em vez de serem valorizadas por sua competência, a lógica atual sugere que a grande conquista feminina é encontrar o marido certo. Madame agora não sonha mais com joias, bolsas e carros. As housewives de ministério cobiçam é uam vaga vitalícia no Tribunal de Contas. Quem paga é o contribuinte.
É uma situação aberrante, surreal, e, ao que tudo indica, tende a virar regra, não exceção. Que regra poderia ser criada para impedir que as esposas dos políticos sejam nomeadas nos órgãos encarregados de fiscalizar os políticos? Não há regra que pegue num país onde falta vergonha na cara.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)