Carminha, a resistente
Em seu último ano no comando do Supremo Tribunal Federal, a ministra Cármen Lúcia escreveu seu nome na história: resistindo a pressões internas e externas, não levou a plenário um novo julgamento sobre a prisão de condenados em 2º instância. Manteve-se, assim, Lula na cadeia...
Em seu último ano na presidência do Supremo Tribunal Federal, a ministra Cármen Lúcia escreveu seu nome na história: resistindo a pressões internas e externas, não levou a plenário um novo julgamento sobre a prisão de condenados em 2a instância.
Manteve-se, assim, Lula na cadeia e a Lava Jato foi salva.
Pela resistência, virou alvo de ataques de petistas e afins.
Foi chantageada por uma greve de fomes de “voluntários” do MST, de João Pedro Stédile, que exigiam que a ministra criasse “vergonha na cara”, voltando atrás na decisão.
Não bastasse isso, vândalos do PT jogaram tinta vermelha na fachada de um prédio em que a ministra possui apartamento em Belo Horizonte.
A ministra não se abalou: “Críticas ao Judiciário são válidas, mas desafiar a Justiça, jamais.”
Na guerra de liminares causada pelo plantonista do TRF-4, o desembargador Rogério Favreto, para tentar soltar Lula, em julho, Carminha também foi acionada.
Ela ficou do lado do então juiz da Lava Jato Sergio Moro, ou seja, a favor da manutenção do petista na cadeia.
Cármen Lúcia, é claro, não conseguiu vencer todas.
Apesar da promessa de que mandaria o orçamento de 2019 do STF sem o reajuste de salários para os ministros, não pôde evitar que o aumento fosse aprovado — e posteriormente sancionado pelo presidente Michel Temer.
Carminha, que votou contra, declarou que “não queria estar do lado dos vencedores”.
Venceu na ética.
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