PF pede compartilhamento de provas do inquérito do golpe com o da Abin paralela
Os dados obtidos no chamado inquérito do golpe também vão embasar a abertura de procedimentos administrativos na Corregedoria da PF
A Polícia Federal pediu, nesta sexta-feira ao ministro do STF Alexandre de Moraes, o compartilhamento de provas obtidas no inquérito que apura a suposta tentativa de golpe de Estado para encorpar as investigações sobre a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) paralela.
Segundo a PF, essa troca de informações é necessária ao se identificar que servidores da Abin atuaram no processo de disseminação de “informações falsas” sobre as eleições no país para embasar o discurso do ex-presidente Jair Bolsonaro que mirou as urnas eletrônicas.
O principal personagem dessa investigação da Abin paralela é o deputado federal e ex-diretor-geral da Abin, Alexandre Ramagem (PL-RJ), que foi candidato à prefeitura do Rio de Janeiro.
Os dados obtidos no chamado inquérito do golpe também vão embasar a abertura de procedimentos administrativos na Corregedoria da PF contra policiais federais que foram citados na investigação sobre o plano golpista.
Punição a agentes da PF envolvidos
Essa solicitação para compartilhamento de provas foi assinada pelo delegado Fábio Shor, responsável pelas investigações.
“Os elementos de prova colhidos durante a fase ostensiva da presente investigação poderão subsidiar as apurações relativas à constituição criminosa de uma estrutura de inteligência paralela dentro da Abin”, justificou Shor no pedido.
De acordo com a PF, policiais e delegados da corporação que estavam cedidos à Abin, além de servidores do órgão, teriam participado de uma organização criminosa para monitorar ilegalmente autoridades públicas durante o governo Bolsonaro.
Como mostramos mais cedo, por maioria, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitaram nesta sexta-feira, 6, o pedido do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de retirar o ministro Alexandre de Moraes da relatoria das ações sobre a tentativa de golpe de Estado e dos atos de 8 de janeiro de 2023.
Em quatro horas de julgamento virtual, seis integrantes da corte já registraram voto contra o pedido de Bolsonaro.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)