Crise da Neta na China impacta em sua expansão para a América Latina
A montadora chinesa Neta está passando por uma crise na China.
A Neta, fabricante chinesa de automóveis, iniciou recentemente sua extensão internacional, escolhendo mercados promissores como o México e o Brasil. No entanto, problemas enfrentados em sua matriz na China resultaram no cancelamento da entrada no mercado mexicano, enquanto diversos obstáculos atrasaram sua estreia no Brasil. Esta situação reflete desafios significativos para a fabricante no cumprimento de suas ambições internacionais.
No México, a Neta planejava lançar três modelos de carros elétricos: o compacto Aya, o SUV compacto U e o cupê esportivo GT. Esses lançamentos estavam alinhados com sua estratégia de introdução ao mercado brasileiro. No entanto, devido a revogações de incentivos fiscais pelo governo local e questões financeiras enfrentadas na China, a estreia mexicana foi cancelada, comprometendo a presença da Neta no mercado latino-americano durante este período.
Quais foram os problemas enfrentados pela Neta na China?
Os desafios da Neta na China foram determinantes para seus recuos internacionais. A Hozon Auto, empresa mãe da Neta, vem encarando severas dificuldades financeiras. Isso levou à paralisação das atividades em duas de suas fábricas, onde a unidade em Nanning ficou paralisada por mais de 20 dias, enquanto a principal fábrica em Tongxiang cessou suas operações por quase um mês em novembro de 2023. Este clima de incertezas comprometeu a produção e, consequentemente, a capacidade de expansão da marca.
Além disso, a empresa adotou medidas de contenção financeira significativas. Entre essas medidas, estão a redução de seu quadro de funcionários de 7.932 para 5.000 entre 2023 e 2024. Essas ações foram uma resposta direta às metas de vendas não atingidas, somando apenas 30% do esperado no início de 2024.
Impactos e repercussões no Brasil
No Brasil, a Neta inicialmente planejou sua estreia para setembro de 2043. No entanto, devido a pendências legais e burocráticas não especificadas, a pré-venda foi postergada para novembro. De acordo com a empresa, a entrega dos primeiros veículos estava prevista para dezembro, com modelos Aya e X em destaque no portfólio inicial.
O Neta Aya, comparável ao modelo BYD Dolphin, teve um preço inicial de R$ 128.900, enquanto o Neta X, um SUV de médio porte, foi avaliado em R$ 194.900. A chegada do Neta GT, um esportivo, está programada para 2025. Entretanto, os atrasos e reajustes de estratégia geraram descontentamento significativo entre os concessionários locais, com alguns optando por romper relações com a marca.
Quais são as perspectivas futuras da Neta?
As novas circunstâncias obrigam a Neta a reavaliar sua abordagem e estratégias de mercado fora da China. Enquanto o fundador da empresa, Fang Yunzhou, manifesta otimismo quanto à superação das dificuldades internas, será necessário reformular planos para atender adequadamente às demandas internacionais.
O comprometimento em resolver os problemas existentes poderá permitir à Neta retomar os planos de expansão tanto no México quanto no Brasil, mas tal cenário dependerá de avanços significativos na estabilização financeira e na melhoria das operações de produção. No contexto global, a empresa precisará perseguir uma estratégia estrutural robusta e flexível para alcançar suas metas de internacionalização e competitividade no mercado automotivo.
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