Parlamento da Coreia do Sul rejeita lei marcial
Segundo a constituição do país, o presidente deve anular a lei marcial caso a Assembleia Nacional decida, por maioria, recusar a medida
O Parlamento da Coreia do Sul rejeitou por unanimidade nesta terça-feira, 3, a lei marcial imposta pelo presidente, Yoon Suk-Yeol, que impedia atividades políticas, greves, manifestações e protestos em todo o país.
A resolução foi aprovada por todos os legisladores presentes, com 190 votos a favor do levantamento da medida.
Woo Won-Sik, que preside a Assembleia Nacional, declarou:
“De acordo com a resolução da Assembleia Nacional, o presidente deve suspender imediatamente a lei marcial. A declaração da lei marcial agora é inválida. Espero que as pessoas se sintam confortáveis. A Assembleia Nacional trabalhará com o povo para proteger a democracia.”
Segundo a constituição da Coreia do Sul, o presidente deve anular a lei marcial caso a Assembleia Nacional decida por maioria.
Até o momento, Yoon ainda não se pronunciou sobre a votação no legislativo.
Em vídeos nas redes sociais, os militares que invadiram o complexo da Assembleia Nacional foram vistos abandonando as instalações.
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A alegação do presidente
Yoon, que não possui boa relação com o legislativo, afirmou que a medida tem por objetivo principal “proteger a democracia liberal contra a derrubada do Regime da Coreia por forças anti-Estado“.
Segundo ele, a lei marcial garantiria a segurança do povo sul-coreano contra supostas investidas da ditadura da Coreia do Norte.
A oposição, porém, acusa o presidente de usar o conflito para aumentar os seus poderes.
Yoon pretendia, com a decisão, controlar as redes sociais:
“Estão proibidos todos os atos que neguem ou tentem derrubar o sistema democrático liberal, bem como a disseminação de notícias falsas, manipulação da opinião pública e propaganda falsa“, afirmou o presidente.
As tropas do comando militar, sob a lei, entraram nesta terça-feira, 3, no complexo da Assembleia Nacional.
A ação desencadeou em protestos na frente da Casa do legislativo.
Impacto Econômico
Historicamente marcada por lideranças autoritárias no início de sua trajetória como nação, desde os anos 1980 o país é reconhecido por seu sistema democrático.
No entanto, após o pronunciamento do presidente, o won sul-coreano sofreu uma queda acentuada em relação ao dólar.
Em uma transmissão online, Lee Jae Myung, líder do partido oposicionista Democrático, alertou sobre as consequências catastróficas: “Tanques, veículos blindados e soldados armados governarão o país”.
Ele previu que a economia da República da Coreia entraria em colapso irreversível e convocou os cidadãos sul-coreanos a irem até o edifício parlamentar em resposta aos eventos recentes.
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