“Se tiver problema, vamos voltar para planilha”, diz Haddad sobre corte de gastos
Em evento com banqueiros, ministro da Fazenda garantiu que o pacote "não é o gran finale de tudo que precisa fazer"
Sob pressão da alta do dólar e do mercado, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta-feira, 29, que o conjunto de medidas adotadas no pacote de corte de gastos pode ser discutido novamente, no futuro, caso haja necessidade.
“Se tiver algum problema, nós vamos voltar para a planilha, para o Congresso, para o presidente Lula”, disse o ministro em almoço promovido pela Febraban (Federação Brasileira de Bancos)
Ao lado do presidente do BTG Pactual, André Esteves, e o CEO do Itaú, Milton Maluhy, Haddad afirmou que o pacote anunciado “não é o gran finale de tudo que precisa fazer”.
Haddad atribuiu ao governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) os gastos “que estão sendo pagos até hoje”.
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Tebet tentou acalmar o mercado
No evento, a ministra do Planejamento e Orçamento do governo Lula (PT), Simone Tebet, defendeu as medidas adotadas pelo chefe da pasta econômica.
Tebet se autointitulou “uma liberal” para dizer que não estaria até agora fazendo parte do governo do petista “se Lula não tivesse compromisso com o fiscal“.
Segundo ela, o pacote fiscal “é uma das medidas que vão ser anunciadas quantas forem necessárias para o cumprimento do déficit zero.”
Tebet acredita que a reação negativa do mercado sobre o conjunto de medidas anunciado por Haddad pode ter sido “fruto de uma falta de comunicação“.
E seguiu: “Os textos não foram apresentados e todo mundo saiu fazendo conta e não acreditou muitas vezes nos números que estavam sendo apresentados”.
Dólar dispara após anúncio do governo federal
A marca simbólica de 6 reais foi cruzada pelo dólar pela primeira vez na história nesta quinta-feira, 28, após a equipe econômica do governo Lula detalhar seu plano para contenção de gastos.
A moeda americana chegou a marcar 6,009 reais por volta das 11h20, um dia depois de ter fechado na maior cotação da história, 5,91 reais. Após o pico, o dólar voltou para o nível de 5,9 reais.
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