TSE confirma esvaziamento do PDT em meio a disputa entre Cid e Ciro Gomes
Ciro Gomes tentou barrar a desfiliação de deputados estaduais ligados ao seu irmão, o senador Cid Gomes (PSB), que não é mais aliado político do ex-governador
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) rejeitou, nesta terça-feira,28, um recurso do PDT e decidiu manter a liberação da desfiliação de 14 deputados estaduais que seguem a liderança política de Cid Gomes (PSB). Uma ação judicial por desfiliação foi movida pelos parlamentares em dezembro, após uma disputa interna no partido, em que os apoiadores de Cid Gomes enfrentaram a ala do ex-governador Ciro Gomes. Em fevereiro deste ano, Cid e mais 40 prefeitos abandonaram o PDT e se filiaram ao PSB.
Mesmo após a debandada de Cid Gomes e número considerável de seus aliados para o PSB, parte do grupo político do senador continuou no PDT. Esses deputados estaduais, eleitos em 2022, poderiam perder seus mandatos caso saíssem da legenda sem aval da Justiça. Por isso, alegaram justa causa para a desfiliação, argumento inicialmente aceito pelo Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE). O PDT, no entanto, recorreu ao TSE.
Na análise do recurso, a ministra-relatora destacou os bastidores da rivalidade entre as facções lideradas por Cid e Ciro Gomes no ano passado. “A forma arbitrária como o diretório nacional agiu ao desativar o órgão estadual, sem apresentar justificativa plausível, configura motivo suficiente para a ruptura do vínculo partidário”, declarou em seu voto.
PDT com Lula
A decisão também favorece Lia Gomes, irmã dos dois políticos, que optou por seguir Cid na disputa interna. O embate entre os irmãos reflete a relação com do partido com o PT de Lula. Enquanto o senador busca manter a aliança com o PT, Ciro insiste na oposição ao partido. A situação fica ainda mais complicada com o embarque do PDT na esplanada, com o ministério na esplanada, com Carlos Lupi comandando o Ministério de Previdência Social.
Briga de família
Além de Lia Gomes, outros 13 deputados estaduais conseguiram autorização da Justiça Eleitoral para deixar o PDT, entre eles Sérgio Aguiar, Osmar Baquit, Marcos Sobreira, e Tin Gomes. A lista inclui ainda Romeu Aldigueri, Oriel Filho, Jeová Mota, Helaine Coelho, Guilherme Landim, Bruno Pedrosa, Antonio Granja, Salmito Filho e Guilherme Bismarck.
O caso de Romeu Aldigueri chama atenção. Líder do governo Elmano de Freitas (PT), ele foi o nome escolhido, sob influência de Cid Gomes, para disputar a presidência da Assembleia Legislativa. Com sua saída oficializada e filiação ao PSB, Cid assegura mais uma conquista estratégica, fortalecendo sua presença no comando do Legislativo estadual.
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