México: Sheinbaum desmente Trump sobre fechamento de fronteiras
A controvérsia surgiu após uma conversa telefônica entre os dois líderes, onde questões de segurança e migração foram discutidas
A presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, refutou publicamente as alegações do recém-eleito presidente norte-americano, Donald Trump, de que ambos os líderes teriam concordado em conter a imigração clandestina para os EUA.
Trump havia afirmado, através de sua plataforma Truth Social, que Sheinbaum teria aceitado fechar as fronteiras do México para interromper o fluxo migratório ilegal, mas a líder mexicana rapidamente desmentiu essa declaração, reiterando que a política do México é de construção de pontes diplomáticas, e não de isolamento.
A controvérsia surgiu após uma conversa telefônica entre os dois líderes, onde questões de segurança e migração foram discutidas.
Sheinbaum destacou em suas redes sociais que explicou a estratégia mexicana para lidar com o fenômeno migratório, enfatizando que as caravanas de migrantes são geridas dentro do território mexicano antes de chegarem à fronteira com os Estados Unidos.
A presidente sublinhou a importância da cooperação internacional na gestão dos fluxos migratórios e expressou seu compromisso em não adotar medidas unilaterais de fechamento de fronteiras.
Tarifas aduaneiras de 25%
Trump reafirmou sua intenção de impor tarifas aduaneiras de 25% sobre todos os produtos mexicanos e canadenses a partir de sua posse em janeiro, como parte de uma estratégia mais ampla para combater a imigração ilegal e o tráfico de drogas, especialmente o fentanyl.
Este anúncio provocou volatilidade nos mercados financeiros, afetando negativamente o valor da moeda mexicana.
Em resposta às declarações comerciais agressivas de Trump, Claudia Sheinbaum alertou sobre as potenciais consequências econômicas negativas dessa abordagem.
Em uma carta endereçada ao futuro presidente dos EUA, ela argumentou que tarifas punitivas não resolverão os problemas da imigração ou do consumo de drogas nos Estados Unidos.
A presidente também considerou retaliar com aumentos tarifários sobre produtos norte-americanos, apontando que tal guerra comercial poderia prejudicar a competitividade econômica da América do Norte.
O ministro mexicano da Economia, Marcelo Ebrard, acrescentou que as tarifas propostas por Trump poderiam ameaçar centenas de milhares de empregos nos Estados Unidos e advertiu que essas medidas seriam prejudiciais tanto para empresas americanas quanto mexicanas.
O México é um parceiro crucial no Acordo Estados Unidos-México-Canadá (AEUMC), com mais de 83% das exportações mexicanas destinadas ao mercado norte-americano.
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