Dois desembargadores são alvo da PF em ação que mira venda de sentenças
As investigações apontam para um suposto esquema envolvendo advogados, lobistas, empresários, assessores, chefes de gabinete e magistrados
A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira, 26, uma operação para tentar desarticular uma organização criminosa especializada em venda de sentenças judiciais.
Segundo a PF, “as investigações apontam para um suposto esquema envolvendo advogados, lobistas, empresários, assessores, chefes de gabinete e magistrados”. Dois desembargadores foram alvos da PF por meio de mandados de busca e apreensão.
Chamada de Operação Sisamnes, a operação também apura “negociações relacionadas ao vazamento de informações sigilosas, incluindo detalhes de operações policiais”.
Segundo a PF, os investigados solicitavam valores para beneficiar partes em processos judiciais, por meio de decisões favoráveis aos seus interesses.
Por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal Cristiano Zanin, são cumpridos um mandado de prisão preventiva e 23 de busca e apreensão em Mato Grosso, Pernambuco e no Distrito Federal, além de medidas cautelares como instalação de monitoramento eletrônico, afastamento das funções públicas de servidores e membros do Poder Judiciário, sequestro, arresto e indisponibilidade de bens e valores dos investigados.
Desembargadores afastados do TJ-MT
A operação é realizada nas casas dos desembargadores Sebastião de Moraes Filho e João Ferreira Filho.
Ambos estão afastados do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT) desde 1º de agosto por suspeita de envolvimento em um esquema de venda de sentenças.
Segundo o CNJ, há indícios de que Moraes e Ferreira mantinham uma “amizade íntima” com o advogado Roberto Zampieri e recebiam “vantagens financeiras indevidas e presentes de elevado valor” para julgar causas de acordo com os interesses do advogado —ou seja, os dois são suspeitos de vender sentenças.
Zampieri foi morto a tiros em dezembro do ano passado, na frente do seu escritório em Cuiabá. Segundo o Ministério Público estadual, o crime pode estar relacionado a decisões proferidas pelo TJ-MT. A investigação tramita na 12ª Vara Criminal da capital mato-grossense.
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