Crusoé: Cerco a Bolsonaro
Da responsabilização moral e política à eventual condenação do ex-presidente
A entrega, pela Polícia Federal, do relatório que pede o indiciamento de Jair Bolsonaro e de mais 36 pessoas implica o ex-presidente em uma articulação golpista que, por óbvio, deu errado, mas que deixou rastros de condutas graves.
Para juntar Bolsonaro e os aloprados do Palácio do Planalto em uma mesma trama, integrantes da PF indiciaram todos os 37 personagens pelos mesmos crimes: golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa.
Nesses pedidos de indiciamentos, supervisionados com lupa pelo diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, os policiais tentaram ao máximo evitar erros cometidos no passado pela corporação em outras investigações consideradas sensíveis, como a que culminou no mensalão.
Uma crítica costumeira daquela apuração dizia respeito à blindagem do então presidente Lula. Quando o caso chegou ao STF, toda a arquitetura intelectual do esquema de corrupção foi atribuída ao ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu. Dirceu foi condenado a 7 anos e 11 meses de prisão como o “pai do mensalão“. Mas uma pergunta sempre ficava no ar: Dirceu agiu sem o aval de Lula?
Desta vez, não. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, ao unir todos os pedidos de indiciamento de Jair Bolsonaro (fraude nos cartões de vacinação, venda de joias e tentativa de golpe de Estado) e de seu núcleo mais próximo de ex-auxiliares, busca evitar esses questionamentos, diz a reportagem de capa da nova edição de Crusoé, assinada por Wilson Lima.
Outros destaques de Crusoé
A matéria “Utopia tributária”, assinada por Duda Teixeira, mostra que, apesar da empolgação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a ideia de elevar os impostos dos super-ricos ganhou um item mirrado na declaração final do encontro do G20, realizado no Rio de Janeiro, e acabará em nada.
A reportagem “A dancinha do trumpismo”, de Alexandre Borges, destaca o retorno do movimento após a vitória de Donald Trump na eleição americana e a sua manifestação em um terreno pouco explorado: a cultura pop e os grandes eventos esportivos.
Colunistas
Privilegiando o assinante de O Antagonista+Crusoé, que apoia o jornalismo independente, também reunimos nosso timaço de colunistas. Nesta edição, escrevem Catarina Rochamonte, Jerônimo Teixeira, Márcio Coimbra, Ivo Patarra, Josias Teófilo e Rodolfo Borges.
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Comentários (6)
Angelo Sanchez
22.11.2024 15:48Pior golpe foi eleger um corrupto descondenado, o resto é apenas moldura de um Brasil que precisa urgente rever os conceitos de nomeações de um Supremo, que também é cúmplice de todos os desmandos judiciários.
Luiz Filho
22.11.2024 12:27Não é correto chamar de aloprados os artífices do golpe de Brancaleone. São idiotas, Bolsonaro e seus “estrategistas”. Envenenar luladrão? Era só dar água mineral
EUD
22.11.2024 10:28Tudo Isso Me Remete A Inconfidência Mineira, Que Não Passou De Conversa Mas Todos Foram Condenados, Um Deles Por Pena Capital, Num Momento Do Brasil Que Não Havia DIREITO, Só PODER Pela Força. !!!!!!!
Marcia Elizabeth Brunetti
22.11.2024 09:35POr um lado militares comandados pelo imbroxável, em busca de dar um golpe de Estado. Por outro lado um comunista ultrapassado, com seus artistas e intelectuais, buscando alinhar o Brasil aos países ditatoriais e teocráticos. Que País é esse???
Um_velho_na_janela
22.11.2024 09:10O interessante é incluir falsificação de atestados e contrabando de joias no libelo contra o Cupim da República e ignorar o Boletim nº 10 Direitos na Pandemia da Conectas/Cepedisa, que mapeia e analisa as 3.049 normas jurídicas de resposta à Covid-19 no Brasil e prova a estratégia federal na disseminação da pandemia num ataque sem precedentes aos direitos humanos no Brasil.
Paulo Pires
22.11.2024 08:10Se o maior cabo eleitoral da petralhada ficar inelegível, já está bom demais!