“Perplexidade”, diz Nunes sobre investigação de “máfia das creches”
"Eu recebo essa notícia com perplexidade, porque não existe absolutamente nada", disse o prefeito reeleito de São Paulo
A Justiça Federal concedeu autorização para que a Polícia Federal inicie uma investigação sobre o possível envolvimento do prefeito reeleito de São Paulo, Ricardo Nunes (foto), em um esquema de desvio de verbas conhecido como “máfia das creches”.
O objetivo é apurar possíveis conexões entre Nunes, quando ele ainda exercia o cargo de vereador em São Paulo, e duas empresas supostamente ligadas ao esquema, sendo uma delas pertencente à sua família.
O prefeito, que foi criticado pelo suposto envolvimento na máfia das creches durante a campanha po seus adversários, se disse surpreso com a decisão.
“Perplexidade”
“Isso é um inquérito de cinco anos. Começou em 2019, quando eu já havia sido escutado três anos atrás, prestado todos os esclarecimentos. Não tem nada nesse processo ou em outro processo, nenhuma denúncia contra mim”, reclamou.
“O que tem é uma prestação de serviço de 31 mil reais, se eu não me engano, para uma das empresas que são investigadas e que eu já prestei os esclarecimentos. Nada de anormal. Eu recebo essa notícia com perplexidade, porque não existe absolutamente nada”, explicou-se Nunes.
Operação Daycare
O inquérito a ser aberto é resultado da Operação Daycare, iniciada pela Polícia Federal em janeiro de 2021. A operação investigou desvios de recursos em creches conveniadas com a prefeitura e resultou no indiciamento de 116 pessoas após investigação concluída em julho.
Em resposta à abertura do inquérito, a defesa de Ricardo Nunes anunciou que recorrerá às instâncias superiores para interromper o processo, alegando falta de evidências substanciais e justificativas para seu prosseguimento.
A Operação Daycare mirou principalmente organizações sociais que geriam creches conveniadas. Investigações preliminares apontaram que gestores dessas entidades podem ter desviado recursos federais destinados ao atendimento de crianças pequenas. Relatórios indicam que falsificação de guias fiscais federais era uma prática recorrente entre essas instituições.
Das 152 creches sob investigação, 112 apresentaram irregularidades em suas prestações de contas. A Polícia Federal informou que um dos grupos criminosos investigados movimentou mais de 1 bilhão de reais ao longo de quatro anos por meio da emissão de notas fiscais falsas para justificar serviços ou produtos inexistentes.
Uma empresa ligada à família do prefeito também está sob escrutínio. O relatório final da operação detalha transações suspeitas envolvendo a empresa Nikkey Serviços, administrada pela esposa e filha de Nunes. As autoridades detectaram transferências financeiras significativas provenientes das empresas sob investigação para contas pessoais do prefeito e da Nikkey Serviços.
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