Flávio Bolsonaro sobe o tom e pede cassação de Moraes
O parlamentar mandou recado ao ministro do Supremo sobre o avanço da anistia aos presos do 8 de janeiro no Congresso Nacional
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) subiu o tom contra o ministro Alexandre Moraes diante do avanço do inquérito que mira o ex-presidente Jair Bolsonaro sob a acusação de tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito. O parlamentar que pregava “pragmatismo” e “autorregulação” por parte de ministros da Suprema Corte para evitar quebra de braço com o Senado, agora reclama do número de parlamentares de direita na Casa Alta, que segundo ele é insuficiente para cassar o ministro Alexandre de Moraes, acusado por ele e pela ala bolsonarista de “autoritarismo”.
Para ele, a operação da Polícia Federal que prendeu membros do Exército acusados de planejar a morte de autoridades é a prova do uso das instituições para a criação de narrativas políticas. “O que aconteceu hoje, essa operação, olha qual é a narrativa. Cinco pessoas tinham um plano intergalático para assassinar autoridades aqui no Brasil e o ato seguinte seria eles instaurarem uma espécie de gabinete de crise e dariam ordens para todo mundo e todo mundo iria cumprir”.
As declarações foram dadas durante audiência pública na Comissão de Segurança Pública do Senado, que tratou da prisão dos envolvidos no 8/1.
“Vontade de matar alguém todo mundo alguma vez na vida já teve”
O senador minimizou a abertura de inquérito sobre o suposto plano de oficiais do Exército, que teriam agido em complô para matar o ministro Alexandre de Moraes, o presidente Lula e o vice-presidente Geraldo Alckmin. “Essa situação não era nem para ter inquérito aberto porque vontade de matar alguém todo mundo alguma vez na vida já teve. Por mais que seja abominável esse sentimento, isso não é crime, e o crime para ser tentado,em algum momento da sua execução, tem que ter havido algum fato que impediu os agentes de darem continuidade ao plano, o que não aconteceu. Ou seja, não há nem crime”.
Anisita para Moraes
O parlamentar mandou recado ao ministro Alexandre de Moraes como quem está em posição de fazer acordo pelo avanço da anistia aos presos do 8 de janeiro no Congresso Nacional.
“Digo o seguinte para o ministro Alexandre de Moraes. Ou a gente aprova a anistia aqui, ampla, geral e irrestrita, e algum parlamentar faça a emenda para incluir ele, porque ele cometeu crimes ao longo desse processo, ou quando a gente tiver a maioria para aprovar a anistia, a gente vai cassar o Alexandre de Moraes. Ele vai ser impedido pelos crimes que ele, reiteradamente, está cometendo, desgraçando a vida de famílias brasileiras”.
O detalhe curioso é que, se os Poderes funcionassem de forma independente e equilibrada, o recado a Moraes seria dispensável, já que ele não é um membro do Legislativo.
No entanto, a sequência de fatos que dão o “tom” na República, mostra alinhamento do ministro relator dos casos envolvendo o 8 de janeiro com o Palácio do Planalto e com ampla influência sobre o Congresso. Na última semana, após as explosões na Praça dos Três Poderes, o magistrado reforçou que ”não há possibilidade de pacificação com anistia a criminosos”.
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Comentários (2)
Luis Eduardo Rezende Caracik
19.11.2024 18:44A cobrança de todas as pessoas que foram iludidas, enganadas e envolvidas pela família Bolsonaro, várias das quais já estão presas (e falta muita gente ainda) deve estar sendo muito pesada para os Bolsonaros. Um bom exemplo é o Tenente Coronel Mauro Cid, embora não esteja preso. Acho que a companhia do Bozo no cárcere assim como a presença do General Heleno e do General Braga Netto, lhes dará algum consolo.
Emerson
19.11.2024 15:45Em 2019 quem foi contra a LAVA-TOGA ?