Brasil recupera certificado de eliminação do sarampo, rubéola e SRC
Brasil recupera certificado após esforços do sistema de saúde pública.
Em 2024, o Brasil readquiriu o certificado de eliminação do sarampo, rubéola e Síndrome da Rubéola Congênita (SRC), que havia sido perdido em 2019. O reconhecimento acontece após o país ter enfrentado uma significativa queda nas taxas de vacinação que possibilitou o retorno desses vírus. A Organização Pan-Americana de Saúde concedeu o certificado, reconhecendo o esforço das autoridades brasileiras em aumentar a cobertura vacinal e intensificar o monitoramento de casos.
O processo para reconquistar o certificado envolveu colaboração entre o Ministério da Saúde e a Sociedade Brasileira de Imunizações, entre outras instituições. A conquista é vista como um marco significativo para o sistema de saúde pública do país, que dedicou esforços para conter a disseminação do sarampo desde seu aumento expressivo entre 2018 e 2022.
Desafios enfrentados na retomada do certificado
O retrocesso na imunização infantil começou em 2016, atingindo seu pior patamar em 2021 com apenas 50% de cobertura vacinal, e culminou no retorno da circulação do sarampo. Entre 2018 e 2020, o Brasil registrou mais de 39 mil casos, impulsionados por viajantes infectados e a baixa imunização local. As medidas tomadas para controlar a situação incluíram campanhas de vacinação intensificadas e incentivos à imunização nos estados mais afetados.
O último caso de transmissão local foi registrado no Amapá, em 2022, marcando o fim de uma sequência de surtos domésticos. Para especialistas, como Renato Kfouri da Sociedade Brasileira de Imunizações, a chave para a eliminação duradoura inclui manter uma alta taxa de vacinação e vigilância epidemiológica constante.
Por que a vigilância continua essencial?
Apesar do status de eliminação, a ameaça de novos surtos persiste, razão pela qual a vigilância permanece crucial. Em 2024, quatro casos de sarampo foram identificados no Brasil, tendo sido anunciados como importados e não resultado em transmissão local. Isso destaca a importância de estratégias continuadas de vacinação e observação de fronteiras.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária tem desempenhado um papel fundamental ao emitir avisos e reforçar medidas de prevenção em áreas fronteiriças, além de portos e aeroportos, onde o risco de reintrodução dos vírus permanecem significativos, especialmente devido ao cenário internacional.
Qual o futuro da vacinação no Brasil?
Para garantir a imunização contínua, o Brasil precisa alcançar índices superiores de vacinação. A taxa atual para a primeira dose da vacina tríplice viral é de 90%, enquanto a segunda dose atinge 75%. Especialistas enfatizam a necessidade de esforços contínuos para manter e melhorar essas taxas.
Além disso, a educação pública sobre a importância da vacinação e a facilidade de acesso continuam sendo pontos centrais. A colaboração entre governo, instituições de saúde, e população é vista como a base para prevenir a reintrodução dos vírus e salvaguardar a saúde pública no longo prazo.
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