Para Zema, debate sobre jornada 6×1 é “perda de tempo”
"E no Brasil nós ficamos aí perdendo tempo, envolvendo o Congresso em coisas que eu considero dispensáveis", declarou o governador.
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (NOVO), declarou oposição à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que propõe o fim da jornada de trabalho de seis dias. Em entrevista concedida à rádio Itatiaia nesta terça-feira, Zema defendeu que essa é uma questão contratual, que não requer intervenção legislativa.
“O Brasil é um dos países que mais regulamenta essa relação e, na minha opinião, isso deveria ficar a cargo da empresa e seu trabalhador. Se alguém for contratado para folgar duas vezes por semana, se isso foi pontuado entre as partes, ótimo. Se foi pactuado para folgar uma vez por semana e ambas as partes concordaram, ótimo”, argumentou.
Zema classificou o debate sobre a PEC como uma “perda de tempo” e sugeriu que a relação entre empregador e empregado “deveria ser tratada como um casamento”, em que “ninguém é obrigado a casar e tolerar coisas com a qual não concorda”.
“E você deveria ter nesses contratos, na minha opinião, caso a caso. E no Brasil nós ficamos aí perdendo tempo, envolvendo o Congresso em coisas que eu considero dispensáveis. Temos coisa muito mais importante para fazer que é fazer uma reforma administrativa para o estado custar menos e nós reduzirmos impostos”, completou.
A PEC é uma iniciativa da deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), que busca reduzir a carga horária semanal para 36 horas, sem alterar a jornada diária máxima de oito horas e sem reduzir os salários. A proposta está vinculada ao Movimento Vida Além do Trabalho (VAT), que vem ganhando força nas redes sociais desde o ano passado. O fundador do movimento, Rick Azevedo, conquistou recentemente o título de vereador mais votado do PSOL no Rio de Janeiro.
Atualmente, a legislação trabalhista brasileira permite uma jornada de até oito horas diárias, totalizando 44 horas semanais.
Nikolas
O deputado mais cobrado por posicionamento em relação a PEC que acaba com a jornada de trabalho 6×1, Nikolas Ferreira (PL-MG), se pronunciou nas redes sociais e marcou a posição que deve ser seguida por boa parte da ala de centro-direita na Câmara dos Deputados.
O mineiro diz que defende um “debate real” e não “simplesmente uma torcida” a respeito da proposta. Segundo o deputado, a PEC assinada pela líder do PSOL, Erika Hilton (PSOL) é “medida populista”, que pode acabar fazendo o brasileiro “trabalhar zero dias e ganhar zero reais”.
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