PF de olho no comando do Coaf?
A cúpula da Polícia Federal trabalha para emplacar o delegado Ricardo Saadi, diretor de Combate ao Crime Organizado e Corrupção, na presidência do órgão
A cúpula da Polícia Federal trabalha para emplacar o delegado Ricardo Saadi, diretor de Combate ao Crime Organizado e Corrupção, na presidência do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), unidade de inteligência financeira ligada ao Ministério da Fazenda, de Fernando Haddad.
Segundo a Folha de S.Paulo, a tentativa ocorre em meio a recentes tensões entre a PF e o Coaf, ampliadas durante o primeiro turno das eleições municipais.
O diretor-geral da PF, Andrei Passos Rodrigues, acusou o órgão de não relatar transações suspeitas que somam 50 milhões de reais, supostamente destinadas à compra de votos.
Quem é o indicado da PF para o Coaf?
O nome que surge como principal candidato da PF para assumir o Coaf é o do delegado Ricardo Saadi, atualmente responsável pela Diretoria de Combate ao Crime Organizado e à Corrupção.
Ele foi superintendente da PF no Rio de Janeiro entre abril de 2018 e agosto de 2019.
Sua saída ocorreu em meio às acusações de interferência política na PF do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Ao exonerar Saadi, Bolsonaro alegou “problemas de produtividade”.
Durante o governo Dilma Rousseff, Saadi comandou o DRCI, departamento encarregado da recuperação de ativos e cooperação jurídica internacional, vinculado ao Ministério da Justiça.
A crise entre a PF e o Coaf
As desavenças entre a PF e o Coaf têm raízes nas mudanças estruturais no conselho que levaram à saída de vários policiais. O ponto crítico dessa tensão foi uma declaração pública de Rodrigues criticando a atuação do Coaf durante as eleições. Em resposta, o Coaf afirmou ter colaborado com o TSE para detectar movimentações financeiras irregulares.
Internamente, a situação no Coaf se agravou com os atritos entre José Carlos Coelho, chefe do setor de operações especiais, e a diretora de inteligência Ana Amélia Olczewski, auditora da Receita emprestada ao Coaf.
Pressionada, Ana Amélia pediu para deixar o cargo e foi substituída pela delegada Silvia Amélia de Fonseca.
A demissão de José Carlos Coelho, em julho, fez a cúpula da PF pedir a saída de Silvia Amélia. Em seu lugar, entrou seu marido, também funcionário do Coaf.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)