Crusoé: Por que Benjamin Netanyahu demitiu o ministro da Defesa Yoav Gallant
Primeiro-ministro escolheu Israel Katz, que cuidava da diplomacia, para chefiar a pasta da segurança nacional
O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu (foto) demitiu nesta terça, 5, o ministro da Defesa, Yoav Gallant.
Em um vídeo publicado nas redes sociais, Netanyahu afirmou que “em tempos de guerra, a confiança total entre o primeiro-ministro e o ministro da Defesa é crítica. Infelizmente, essa confiança foi corroída, e as tentativas de preencher as lacunas falharam.“
Brigas antigas
Foram muitos os desententimentos entre Netanyahu e Gallant nos últimos dois anos. Em alguns momentos, as brigas entre os dois chegaram até a se tornarem públicas.
Antes do atentado do Hamas em 7 de outubro do ano passado, Gallant discursou dos movimentos de Netanyahu para reformar o Judiciário.
Depois, durante a guerra contra o Hamas na Faixa de Gaza, Gallant reclamou dizendo que Netanyahu estava buscando uma “vitória absoluta” e que isso era “nonsense“. Segundo ele, era preciso colocar em ação um plano para o pós-guerra.
Netanyahu rebateu com uma nota oficial dizendo que Gallant estava adotando uma “narrativa anti-Israel“.
Gallant também apoiou uma decisão da Suprema Corte do país, exigindo que jovens ultraortodoxos prestassem serviço militar.
Essa decisão gerou protestos entre as populações ultraortodoxas e desagradou os políticos da direita mais religiosa, que ameaçaram derrubar o governo.
Política em primeiro lugar
Gallant será substituído por um quadro político, o ministro de Relações Exteriores Israel Katz, aquele que declarou o presidente Lula como “persona non grata“.
Katz já passou por vários ministérios, como Agricultura, Transportes, Energia e Finanças. É membro do partido Likud, de Netanyahu.
Com sua indicação, Netanyahu espera acalmar os questionamentos dos demais membros de sua coalizão de direita, que apoiam a continuação das guerras e são contra qualquer negociação com a Autoridade Palestina.
Se perder apoio dos integrantes de sua coalizão, Netanyahu não tem como se segurar no cargo de primeiro-ministro.
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