Ivan Sant’Anna na Crusoé: Mercados futuros e suas características – petróleo
No médio e longo prazo, o primeiro choque dessa commodity foi extremamente benéfico para o Brasil
Durante dezenas de milhões de anos, resíduos de organismos marinhos −− e de matéria orgânica terrestre levada ao mar pelos rios −− foram sendo depositados em bancos de areia nas bacias sedimentares dos continentes e em suas margens continentais.
Na medida em que depósitos adicionais se acumulavam na parte de cima, a pressão nas camadas inferiores se elevava. Vindo de baixo, o calor emanado do centro da Terra cozinhou lentamente aquela massa orgânica prensada, dando origem ao petróleo. Este, uma vez formado, fluía para a superfície, por ser menos denso do que a água salgada que impregnava as fendas de argila, a areia e as rochas porosas que constituem a crosta terrestre.
Nessa trajetória para cima, parte desses resíduos fósseis tornou-se presa de armadilhas formadas por argila impermeável e por camadas rochosas impenetráveis. Na escuridão dessas crateras, aquele líquido negro e viscoso permaneceu intocado ao longo dos tempos.
Surgiram então os homens. Em seus primórdios, eles já se deparavam com petróleo ao perfurar a superfície da Terra −− em inúmeros pontos do globo terrestre, o mar havia recuado −− em busca de água. Milênios mais tarde, os chineses passaram a usá-lo como combustível nos campos de sal. Mais recentemente, no século 12, também na China, equipamentos de perfuração atingiram profundidades de até mil metros.
No início da segunda metade do século 19, um aventureiro americano de nome Edwin L. Drake, que, indevidamente, se intitulava coronel, descobriu uma dessas cavidades contendo combustível fóssil, junto a um regato da Pensilvânia, não por coincidência chamado de Oil Creek.
Essa descoberta marcou o início da Era do Petróleo. Embora não mais do que um pequeno lapso na História da Civilização −− as reservas hoje conhecidas deverão se esgotar no século 22 −−, esse lapso é o nosso tempo…
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